Portugal regista esta segunda-feira, 13 de abril, 16.934 casos de infeção pelo novo coronavírus, mais 349 do que no dia anterior, o que representa uma taxa de crescimento de de 2,1%, a taxa de crescimento mais baixa de sempre em Portugal. Os números foram divulgados no boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Registaram-se também mais 31 mortes, num total de 535, um crescimento de 6%. Apesar da maioria dos infetados serem mulheres, o número de óbitos continua a ser superior nos homens. Já o número de casos recuperados mantém-se nos 277, o mesmo valor registado nas últimas 24 horas.

Ilustração: Beatriz Cunha

Já o número de doentes internados passou para os 1.187, mais 10 que no dia anterior. Destes 1.187, 188 estão nos cuidados intensivos. Houve, por isso, uma diminuição de 40 doentes internados nessas unidades de saúde, (eram 228 no domingo).

O Porto passou a ser o concelho com o maior número de infetados, 921, seguido por Lisboa, a contar 905 casos positivos da doença. Vila Nova de Gaia é o terceiro concelho do país mais afetado, com 842 pessoas infetadas.

Ilustração: Beatriz Cunha

O Norte continua a ser a região do país mais afetada, com 9.984 casos, cerca de 41% do total de infetados, sendo também a região com mais mortes, 303 vítimas fatais. Segue-se a Grande Lisboa, com 3.896 casos positivos e 96 mortes, e o Centro, com 2.477 casos positivos e 123 mortos.

No Algarve, registam-se 284 infetados e nove óbitos. Há também 94 doentes nos Açores e quatro mortes. Já o Alentejo e a Madeira ainda não sofreram nenhuma morte devido à COVID-19, tendo 140 e 59 casos respetivamente.

DGS aconselha o uso generalizado de máscaras em espaços fechados

Na conferência de imprensa diária, a ministra da Saúde, Marta Temido, ressalvou que em só nos primeiros 12 dias de abril já se fizeram mais testes (55%) do que em todo o mês de março (45%), num total de cerca de 179 mil testes. Além disso, Marta Temido lembrou que chegarão a Portugal 19 milhões de máscaras, ainda esta semana.

A ministra da Saúde sublinhou que a prioridade para o uso das máscaras continuam a ser as populações mais vulneráveis – infetados, pessoas com profissões de risco, profissionais de saúde e pessoas com os sistemas imunitários mais frágeis. Marta Temido avançou ainda que a DGS vai passar a recomendar o uso de máscaras “sociais”, de algodão ou têxtil por exemplo, à generalidade da população que se encontre em espaços fechados com muitas pessoas.

Segundo informação divulgada pela DGS, há três tipos de máscaras: os respiradores FFP, que devem ser usados pelos profissionais de saúde; as máscaras cirúrgicas, que previnem disseminação de agentes infecciosos por parte de pessoas doentes; e as mascáras sociais, que podem ser de algodão e que estão reservadas para a população em geral, que as pode usar de forma complementar com todas as outras medidas já recomendadas.

Contrariamente a outros países, em Portugal ainda “não houve nenhuma situação” de falta de camas ou ventiladores “que não tenha sido resolvida” através da coordenação dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, explicou a ministra. Mas apesar dos números “encorajadores”, é preciso continuar a “apostar nas encomendas”.

Relativamente às assimetrias geográficas na taxa de letalidade – ou seja, no número de mortes por número de infetados – a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, considera três fatores a ter em conta: a distribuição demográfica da população; a densidade populacional; e a concentração de pessoas vulneráveis em instituições. “Existem assimetrias, analisadas diariamente, e uma maior taxa de letalidade na região Centro por maior concentração de lares, atingidos pela doença”, explica Graça Freitas.

O balanço do número de consultas ou cirurgias cancelados ainda não foi apurado, assim como o retrato socioeconómico dos doentes. “Estamos a tratar com informação epidemiológica que nos dá uma tendência. No entanto, isto não nos dispensa de fazer estudos muito mais aprofundados”, realçou Graça Freitas, num apelo a que esses dados comecem também a ser analisados.

Artigo atualizado pela última vez às 16h35 de 13 de abril de 2020, com as declarações da conferência de imprensa diária da DGS e os gráficos do dia

Artigo editado por Filipa Silva.