A equipa da Casa Fernando Pessoa e trabalhadores da Empresa de Gestão de Equipamento e de Administração Cultural (EGEAC) juntaram-se no projeto “Leituras ao Ouvido“. O objetivo é ler poemas e textos curtos, através de uma chamada telefónica “às pessoas que não estão ligadas a este ecrã”, anuncia a casa nas redes sociais.
Em declarações à Antena 1, Clara Riso, diretora da Casa, conta que a ideia surgiu a pensar no que as pessoas poderiam fazer, durante esta fase de isolamento, quando não têm acesso a meios como a internet e o computador .
O processo é simples. As pessoas têm de se inscrever através de um telefonema ou de uma mensagem para o número 914342537, entre as 10 horas e as 14. Depois é esperar que o telefone toque. As leituras acontecessem sempre a partir das 16h00, de segunda a sexta-feira.
Do ouvinte pouco se sabe, nem “a ideia passa por ai”, diz Clara Riso à rádio pública.
“Nós fazemos poucas perguntas para identificar as pessoas. Há uma coisa que perguntamos que é: de onde sãos as pessoas que me estão a ouvir”, explica a diretora.
Com as “Leituras ao Ouvido” a poesia chega um pouco a todo o país e as pessoas “comovem-se e agradecem muito“, garante.
A Casa da Poesia
A Casa Fernando Pessoa é um espaço cultural inaugurado a 30 de novembro de 1993. Este edifício é também a casa onde habitou o escritor nos últimos 15 anos de vida. Criada em homenagem a Pessoa, a “Casa da Poesia” situa-se em Campo de Ourique, na capital portuguesa.
Após o edifício ter sido adquirido pela Câmara de Lisboa, foi totalmente renovado, sendo possível reconstruir o quarto do poeta, criar uma sala multimédia e duas bibliotecas – uma especializada em poesia Mundial e a biblioteca pessoal de Fernando Pessoa.
Nesse sentido, a Casa Fernando Pessoa é um espaço de preservação do legado do autor, sendo o espólio literário considerado como Tesouro Nacional. Neste autêntico museu estão expostos ao público objetos, documentos, assim como uma coleção de obras de arte de Pessoa.
No site do edifício lê-se, “a missão da Casa Fernando Pessoa é fazer uso do legado do escritor para dar a conhecer o seu singular universo criativo e servir como lugar de encontro e reflexão sobre a criação literária e as suas múltiplas leituras”.
Artigo editado por Filipa Silva
