Até segunda-feira (27) registaram-se, em Portugal, 928 mortes por COVID-19, mais 25 do que no dia anterior – um aumento de 2,8%.
Segundo os dados do boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), o número de novos casos subiu cerca de 0,7%, com mais 163 casos. É a taxa de crescimento mais baixa desde o início da pandemia. Até ao momento, registaram-se em Portugal 24.027 casos.
Mais 28 pacientes recuperaram da COVID-19, verificando-se um aumento de 2,1%. No total, registam-se 1.357 recuperações.
Dos 995 casos em internamento (menos dez do que no domingo), 176 encontram-se nos cuidados intensivos (menos seis casos do que no domingo).
Segundo os dados do boletim, 5.091 pessoas aguardam resultado laboratorial, mais 418 do que no dia anterior.
Ilustração: Beatriz Cunha
A taxa de letalidade global é de 3,9% e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 13,8%.
A região Norte continua a ser a mais afetada pelo vírus com 14.496 casos confirmados e 536 mortos. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo (5.556 infetados e 179 mortos), a região Centro (3.252 infetados e 191 mortos), o Algarve (328 infetados e 12 mortos) e o Alentejo (189 infetados e 1 morto). Os Açores contam com 120 infetados e nove mortos e a Madeira com 86 infetados, não tendo nenhuma vítima mortal.
O concelho mais afetado é o de Lisboa, com 1.413 casos. Segue-se Vila Nova de Gaia com 1.263 infetados, o Porto com 1.211, Braga com 1.019 e Matosinhos com 1.017 infetados.
Ilustração: Beatriz Cunha
Taxa de ocupação dos cuidados intensivos chega a 57%
Em tratamento domiciliário estão 86,3% dos infetados e “a percentagem em internamento é de 4,1%, sendo que 0,7% estão em unidades de cuidados intensivos e 3,4% em enfermaria”, informou António Lacerda Sales durante a conferência de imprensa desta segunda-feira (27).
“Portugal regista uma taxa de ocupação das unidades dos cuidados intensivos de 57%. É naturalmente muito importante conseguir que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] continue a dar resposta às necessidades e para isso é importante o empenho de todos. Salvar vidas é uma missão de cada um de nós”, apelou ainda.
Portugal já realizou cerca de 360 mil testes desde março
“O Norte e o Centro do país são as regiões com mais número de testes”, afirma o secretário de Estado da Saúde. Realizaram-se 357 mil testes desde 1 de março, 78% dos quais em abril.
Na última semana, realizaram-se 12.800 testes por dia. Dezoito laboratórios universitários processam amostras. “Este envolvimento de todos, das universidades, dos nossos investigadores, dos nossos cientistas é crucial para o nosso sucesso coletivo”, enfatiza António Lacerda Sales.
“O SNS está a adaptar-se em pista dupla”
O SNS prepara-se para regressar à normalidade, mas não ignora a possibilidade de uma segunda vaga.
Sobre a retoma da atividade, o secretário de Estado da Saúde garante que está a ser feita a “programação de consultas, atendimentos, horários, exames”, concordando que há “uma necessidade de recuperar a atividade assistencial que durante este tempo, e dado o foco na COVID-19, foi ficando para trás”.
António Lacerda Sales garante ainda que “o SNS está a adaptar-se em pista dupla para responder às duas situações”, tanto “à atividade programada” como “à possibilidade de poder aparecer uma segunda onda”.
“Não há restrição ao número de testes”
Durante a conferência de imprensa, Graça Freitas explicou a decisão de considerar um paciente em tratamento domiciliário curado com um teste negativo e não com dois, como era feito anteriormente. A decisão foi baseada em “artigos científicos que têm sido publicados e também com base na consulta de alguns peritos”, afirma a diretora-geral da Saúde.
Quando questionada sobre a ligação com a disponibilidade de testes, a Graça Freitas garante que “não tem rigorosamente nada a ver com a disponibilidade de testes” e que “quem está em protocolo de fazer os dois testes” pode “continuar a fazê-lo”.
A diretora-geral da Saúde compara ainda Portugal a países mais desenvolvidos que “nem sequer estão a fazer nenhum teste para dar um doente que ficou em ambulatório como recuperado” e “apenas esperam que os sintomas desapareçam”.
Portugal recebe mais equipamento de proteção individual durante a semana
Em conferência de imprensa, António Lacerda Sales anuncia “a chegada, esta semana, do mercado externo de 7,9 milhões máscaras cirúrgicas” e “quatro milhões de respiradores FFP2 e FFP3”.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, também o mercado interno está a responder à procura e vão ser entregues “luvas, batas, toucas e máscaras provenientes da indústria nacional”, durante a semana.
Migrantes testados em Lisboa
Duzentos migrantes foram testados em hostels em Lisboa durante o fim de semana. “Os primeiros 33 resultados de sábado são negativos, e aguardamos os restantes resultados”, informa António Lacerda Sales.
“Quando há condições de manter as pessoas nos locais de origem em isolamento, devem permanecer nesse locais. Só em condições de sobrelotação é que são procuradas outras soluções”, explica o secretário de Estado da Saúde durante a conferência de imprensa.
Artigo editado por Filipa Silva