Vão ser atribuídos 236 subsídios de emergência aos alunos que se candidataram ao apoio excecional criado há menos de um mês pela Universidade do Porto no contexto da crise pandémica.

Os resultados foram anunciados na última sexta-feira pelos Serviços de Ação Social da Universidade do Porto (SASUP), a quem competiu a receção e análise de candidaturas.

O subsídio garante uma prestação única de 350 euros aos selecionados, que para serem elegíveis tiveram uma comprovada perda de rendimentos, uma diminuição no rendimento do agregado familiar e/ou uma situação de carência gerada pela atual pandemia da COVID-19.

No total, foram apresentadas 1.024 candidaturas, sendo mais de 700 de estudantes estrangeiros. A taxa de aprovação é de 23%.

Dos alunos que vão receber o subsídio, 71 são portugueses e 165 são de outra nacionalidade, o que equivale a 70% do total. O motivo de tantos pedidos de assistência por estudantes internacionais pode estar relacionado com a perda de emprego, em que muitos destes alunos se apoiam para sustentar a sua vivência no país.

Dos 165 estrangeiros, 103 são brasileiros. Por um lado, isso decorre do facto de a esmagadora maioria de estudantes estrangeiros de grau da Universidade do Porto serem de nacionalidade brasileira. Outro fator que pode estar a ajudar à situação tem a ver com o aumento do Euro em relação à moeda brasileira (Real). No final da semana passada, um euro equivalia a 6,4 reais, o valor mais alto desde que foi adotada a moeda única na europa.

Franco Lo Monaco Vidili é um desses estudantes brasileiros que se candidatou ao subsídio depois de ter perdido o trabalho que realizava para auxiliar as despesas com o Mestrado em Ciência e Tecnologia do Ambiente, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. O jovem brasileiro até foi um dos selecionados para o subsídio de emergência, mas não receberá o apoio uma vez que, como explicou ao JPN, voltou para o Brasil por impossibilidade de suportar todos os gastos que tinha em Portugal. O apoio só pode ser recebido por quem se mantenha a viver no país.

O subsídio de emergência criado pela UP no começo de abril tem o objetivo de ajudar os estudantes afetados financeiramente pela pandemia da COVID-19. O apoio tem a intenção de servir como um complemento de rendimento para o pagamento da propina e/ou do alojamento. A distribuição do valor monetário vai começar a ser feita a partir do dia 30 deste mês e a universidade não exclui abrir novos períodos de candidatura.

Ao JPN, o pró reitor José Castro Lopes informa que ainda não há novos prazos de candidatura, “mas provavelmente haverá outras oportunidades”.

Em entrevista à rádio Observador, o reitor da UP, António Sousa Pereira, afirmou, por sua vez, que além do subsídio de emergência da UP auxiliou também aqueles que não tinham acesso ao computador para aceder às aulas online. “Todos os casos que foram identificados pelas faculdades, foram resolvidos. O levantamento está feito e é muito menor do que imaginávamos, não chegando a 50 alunos”, completou o Reitor.

Artigo editado por Filipa Silva