A partir desta segunda-feira, o comércio e a atividade laboral começam um novo processo de reabertura e retorno ao normal. Centros comerciais, restaurantes, salas de espetáculo, ginásios e pré-escolas são alguns dos locais que vão poder reabrir nesta terceira e última fase de desconfinamento.

Um momento que “nos compromete ainda mais a todos”, nas palavras do secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, que aproveitou a habitual conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS), na sexta-feira, para lembrar, a propósito, que “a nossa liberdade é diretamente proporcional à nossa responsabilidade”.

Dentro desta nova fase, deixa de se aplicar o dever cívico de recolhimento e passam a ser permitidos aglomerados de até 20 pessoas (exceto na Área Metropolitana de Lisboa, onde o limite continua a ser de dez pessoas).

Centros comerciais apostam na sinalética

No comércio e na restauração foram levantadas diversas restrições. Os centros comerciais podem, a partir de hoje, reabrir com as medidas de segurança e prevenção definidas pela Direção-Geral da Saúde. No Grande Porto, entre outros, reabrem esta segunda-feira o NorteShopping, o ArrábidaShopping, o GaiaShopping e o ViaCatarina.

Em comunicado, os centros comerciais explicitam as medidas que vão ser adotadas, como a instalação de dispensadores de gel em diversas entradas de maior afluência ou passagem; o reforço de limpeza, incluindo dos sistemas de ventilação, que vão renovar o ar com frequência; a colocação de sinalética indicativa de fluxo de circulação e distanciamento social; ou ainda a instalação de máquinas de venda de produtos de proteção individual e apoio aos lojistas no seguimento destas normas.

Os restaurantes também veem certas medidas de contenção diminuídas. Por exemplo, deixa de se aplicar a limitação de capacidade no caso de haver separações entre os clientes e uma distância de 1,5 metros entre as mesas. As áreas de refeição nos centros comerciais também voltam a funcionar (exceto na Área Metropolitana de Lisboa).

No setor da cultura, as salas de espetáculo, cinemas e auditórios também reabrem, com exemplos, no Porto, como o Teatro Nacional de São João, o Cinema Trindade ou a Casa da Música que reiniciam a sua atividade neste primeiro dia 1 de junho.

As salas de espetáculo, seja em cinema ou teatro, terão de criar intervalos entre os espectadores, que serão obrigados a usar máscara. Já para eventos culturais ao ar livre, o uso de proteção facial não é obrigatório.

No desporto, ginásios e academias podem reabrir com certas medidas de higiene e desinfeção implementadas, além de imporem certas restrições às aulas, treinos e utilização de equipamentos. A DGS também recomenda que os clientes e funcionários utilizem máscaras dentro dos ambientes de convivência social, exceto durante treinos e aulas.

Piscinas cobertas e descobertas também reabrem, já as praias voltam em pleno funcionamento apenas a 6 de julho, que marca o início da época balnear nalgumas regiões do país. Para além de sinalética de apoio em aspetos como a ocupação dos areais, outras medidas de proteção e segurança vão ser colocadas em prática. A informação será atualizada na aplicação InfoPraias e na página da internet da Associação Portuguesa do Ambiente (APA).

O teletrabalho também deixa de ser a regra, passando a um modelo de “desconfinamento parcial”. O Governo sugere que o regresso ao emprego presecial seja feito por turnos, com equipas “espelho”. Ainda é obrigatório o trabalho a distância para os imunodeprimidos, doentes crónicos, pessoas com grau de incapacidade igual ou superior a 60% e trabalhadores com filhos ou outros dependentes menores de 12 anos. Já os serviços públicos mantêm-se a funcionar pelos meios digitais, com atendimento presencial por marcação e com utilização obrigatória de máscara. As Lojas do Cidadão reabrem, com exceção, uma vez mais, da Área Metropolitana de Lisboa.

Em termos escolares, o ensino pré-escolar também regressa ao ativo esta segunda-feira. Já as Atividades de Tempos Livres (ATL) não integradas em escolas só podem reabrir a partir de 15 de junho, ao passo que as atividades de apoio à família e de ocupação de tempos livres só podem ser reabertas a 26 de junho.

Por ser a região do país onde se tem registado a grande maioria dos casos de COVID-19 nos últimos dias, a Área Metropolitana de Lisboa vai manter mais restrições que incluem o uso obrigatório de máscaras em transportes de passageiros privados, lotação máxima de duas a três pessoas nestes veículos e a continuidade do encerramento de alguns estabelecimentos públicos.

Ao todo, até esta segunda-feira foram confirmados 32.700 casos de COVID-19 em Portugal, que resultaram na morte de 1.424 pessoas. Algumas das medidas da terceira fase de desconfinamento foram detalhadas na sexta-feira na sequência de mais uma reunião do Conselho de Ministros.

Artigo editado por Filipa Silva