Jorge Nuno Pinto da Costa vai assumir, esta terça-feira (9), o 15.º mandato à frente do FC Porto depois de ganhar, com 68,65% dos votos, as eleições realizadas no fim de semana de 6 e 7 de junho. Desde 1982 que Pinto da Costa ocupa o lugar de presidente e nem o facto de ter tido este ano, pela primeira vez, dois adversários, levou à sua primeira derrota eleitoral.

As eleições para a presidência do FC Porto ficaram marcadas pelo maior número de votantes deste século (o recorde estava nos 3.820 que votaram em 2007). Foram 8.480 os sócios portistas que exerceram o seu direito de votar para elegerem aquele que queriam ao leme do clube e mais uma vez essa escolha recaiu em Jorge Nuno Pinto da Costa, que recolheu 5.377 votos. Apesar disso, os 68,65% dos votos representam a percentagem mais baixa com que já venceu um ato eleitoral.

Para se verificar uma maior adesão às urnas é preciso recuar até 1988, quando se registaram 10.731 sócios votantes nas eleições entre Pinto da Costa e Martins Soares (que agora foi o cabeça de lista ao Conselho Superior da lista B).

Quanto aos adversários do atual e futuro presidente (que não tinha oposição desde 1991), o segundo classificado foi José Fernando Rio, líder da Lista C, que conquistou 26,44% dos votos (2.071) enquanto Nuno Lobo, da Lista B, ficou-se pelos 4,91% (384 votos). E dos mais de 8.000 sócios a votarem registaram-se ainda 488 votos em branco e 156 nulos.

Para além da escolha do presidente, estas eleições também definiram os membros do Conselho Superior para o qual havia mais uma lista a concorrer, a D (Movimento “Por um Porto insubmisso, eclético e triunfante”), liderada por Miguel Brás da Cunha.

A Lista A venceu novamente e elegeu 14 membros, fruto de ter conseguido 5.247 votos, o equivalente a 64,96%. Seguiu-se a Lista D, que conseguiu eleger três membros devido aos 16,12% (1.302 votos) com que fechou as votações, a Lista C, que também elegeu três membros graças a 15,04% dos votos (1.215), e por fim a Lista B, que ficou-se pelos 3,88%, resultante de 313 votos, pelo que não elegeu ninguém para o órgão.

Adversários derrotados ponderam recandidatura em 2024

Conhecidos os resultados, foram várias as entidades e pessoas a felicitarem Jorge Nuno Pinto da Costa por mais um mandato.

Da parte da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o presidente Fernando Gomes fez “votos das maiores felicidades, pessoais e profissionais, para este mandato” e acredita que o dirigente “continuará a sua presidência com as suas sempre firmes convicções e a ambição que lhe é inata”.

Do lado da Liga Portugal houve também congratulações a Pinto da Costa pela reeleição a quem desejam, assim como aos seus elementos diretivos, “sucessos desportivos”.

Da oposição, o segundo classificado José Fernando Rio felicitou o vencedor e, ao “Record”, falou em recandidatar-se em 2024: “a leitura que faço é que há uma grande franja dos sócios que quer uma mudança. Mais de 25 por cento é bastante, são mais de 2 mil votos. Estamos a falar de uma corrida a três, com dispersão de votos. Quero agradecer aos sócios, a todos os que foram votar e em especial aos que depositaram a sua confiança em nós. Este processo não acaba aqui. Com a força que recebemos dos sócios, diria que vamos voltar a avançar de novo em 2024”.

Nuno Lobo, o grande derrotado do fim de semana, disse a “O Jogo” que o resultado não era o esperado, mas felicitou todos os vencedores: “ganhou a Lista A, os meus parabéns à Lista A, os meus parabéns ao José Fernando Rio, ao Miguel Brás da Cunha. Os meus números ficaram aquém do que esperava, mas quem manda são os sócios”. No entanto, também afirmou que não vai deixar de estar “atento ao que se passa no FC Porto” e deixou em aberto a hipótese de se recandidatar.

E Miguel Brás da Cunha, também a “O Jogo”, evidenciou a elevada adesão às eleições e a satisfação com os resultados: “foi um resultado excecional para nós. Foi muito bom para um órgão que começou a ser falado nestas eleições. Queremos dar os parabéns a quem ganhou, ao presidente Pinto da Costa e a Rui Moreira, e obviamente a todos os demais concorrentes, em especial ao Álvaro Teles Menezes e ao Martins Soares, que se apresentaram a este órgão e merecem a nossa consideração”.

Por fim, o próprio Jorge Nuno Pinto da Costa salientou a afluência às urnas e a importância da mesma: “para quem pôs em dúvida a forma como ele [ato eleitoral] ia decorrer, para quem levantou suspeitas sobre a seriedade que ele ia ter, foi uma resposta que a massa associativa deu de uma maneira extraordinária. Queria congratular-me com este exemplo de vitalidade, de ordem, de respeito e de interesse pela vida do clube. Votaram 8.480 associados, o que é notável”. O presidente falou ainda que não houve “o mínimo perigo de infração e de contágio”, já que o próprio ato eleitoral no Dragão Arena ocorreu em dois dias para diminuir o risco para a saúde pública face à ameaça do novo Coronavírus.

Para hoje, dia 9, está marcada a tomada de posse dos novos Órgãos Sociais, a partir das 18h00 no auditório José Maria Pedroto.

Nota ainda para a lista vencedora para o Conselho Superior, um órgão consultivo, congregar vários elementos do mundo da política, o que motivou algumas críticas, sendo Rui Moreira um dos visados. O presidente da Câmara do Porto prometeu falar sobre o assunto após as eleições.

Lista de todos os eleitos:

Direção
Presidente:
Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa

Vice-presidentes:
Adelino Sá e Melo Caldeira
Alípio Jorge Calisto Fernandes
Fernando Manuel dos Santos Gomes
José Américo Amorim Coelho
Paulo Armando Morais Mendes
Vítor Manuel Martins Baía

Vogais:
António Manuel Leitão Borges
Eurico Fernando Queirós Pinto
Fernando Mendes Soares Gomes
Luís Joaquim de Sousa Fernandes
Rodrigo Afonso Pinto de Magalhães Pinto de Barros
Vítor Hugo Barbosa Carvalho da Silva

Mesa da Assembleia Geral
Presidente:
José Lourenço Pinto

Vice-presidente:
Nuno Manuel Cerejeira Matos Namora

Secretários:
Fernando Maria Novo Sardoeira Pinto
Luís Filipe Castro de Araújo
Joaquim Manuel de Sousa Ribeiro

Conselho Fiscal e Disciplinar

Presidente:
Jorge Luís Moreira de Carvalho Guimarães

Vice-presidente:
Filipe Carlos Ferreira Avides Moreira

Secretário:
José Manuel Taveira dos Santos

Relatores:
José Augusto dos Santos Saraiva (Contas)
Luís Filipe dos Santos Almeida Monção (Contas)
André Ferreira Antunes (Contencioso)
José Pedro Busano de Sousa Vieira (Sindicância)

Conselho Superior
Rui Moreira (Lista A)
Felisberto Querido (Lista A)
Eduardo Vítor Rodrigues (Lista A)
Luís Montenegro (Lista A)
Pedro Marques Lopes (Lista A)
Jorge Filipe Correia (Lista A)
Manuel Macedo (Lista A)
Manuel Pizarro (Lista A)
António Bragança Fernandes (Lista A)
Fernando Cerqueira (Lista A)
Deocleciano Carvalho (Lista A)
Tiago Barbosa Ribeiro (Lista A)
Raúl Peixoto (Lista A)
Luís Artur Ribeiro Pereira (Lista A)
Álvaro Teles de Menezes (Lista C)
Rui Reis (Lista C)
Carlos de Melo Brito (Lista C)
Miguel Brás da Cunha (Lista D)
Avelino Oliveira (Lista D)
Luís Folhadela Rebelo (Lista D)

Artigo editado por Filipa Silva