A Câmara Municipal do Porto (CMP) aprovou esta segunda-feira, em reunião de Executivo, a utilização do Ramal da Alfândega como ecopista. Trata-se de uma solução provisória e transitória enquanto duas soluções possíveis vão ser colocadas em discussão pública.

Segundo um comunicado da CMP enviado à imprensa, a primeira opção para reativar o Ramal, parado há 30 anos, “consiste na criação de um novo percurso pedonal e ciclável, aproveitando os troços em túnel e a céu aberto, bem como a requalificação ambiental e paisagística da sua envolvente, nomeadamente através da criação de um parque urbano em socalcos, em toda a área adjacente ao canal ferroviário”. Em cima da mesa está também a “antiga ambição de ligar as cidades do Porto e de Gaia com uma ecopista que atravesse a Ponte D. Maria“, como consta no documento.

Já a segunda solução passa pela ligação rápida de Campanhã à Alfândega do Porto, “através de um transporte pendular, confortável e elétrico”. “A redução do número de veículos motorizados que entram diariamente na cidade” constitui o objetivo principal daquela opção, “permitindo ao mesmo tempo a reconversão de parte do parque de estacionamento da Alfândega numa zona de fruição e lazer”, conforme se lê na nota de imprensa da CMP.

Ponte Maria Pia

Há a possibilidade de a Ponte Dona Maria Pia receber uma ecopista para ligar o Porto a Gaia. Foto: Patrícia Garcia

A avançar com a solução provisória, é ainda necessário firmar um contrato subconcessão com a IP Património – Administração e Gestão Imobiliária, que permanece como a entidade pública gestora do Ramal da Alfândega. “Nesta transferência de propriedade para a esfera municipal, a Câmara não terá qualquer custo acrescido, além do custo com as obras de beneficiação do canal para sua abertura à fruição da população”, pode ainda ler-se no documento.

Dado este passo, a autarquia estará em condições de iniciar o debate com as forças políticas e com a cidade para a utilização definitiva da Linha do Ramal da Alfândega, “daqui a cerca de dois meses”, estimou o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha.

Segundo o responsável, a solução definitiva para a utilização do Ramal da Alfândega só deverá estar concluída “daqui a três ou quatro anos”, mesmo que a discussão pública seja iniciada ainda este ano.

Há largos anos que se discute um futuro para a Ponte D. Maria e para o Ramal da Alfândega. O último plano, que o JPN noticiou em 2016, já planeava a construção de uma ecopista.

Artigo editado por Filipa Silva.