Devia sair para a estrada a 29 de julho e prolongar-se até 9 de agosto, mas isso, já se sabe, não vai acontecer. A 82.ª edição da Volta a Portugal em Bicicleta vai ser adiada e sem que sejam ainda anunciadas as novas datas.

A organização da prova confirmou esta quinta-feira (25) à noite, em comunicado, o adiamento: “Com a evolução da pandemia, nos termos propostos na revisão do plano sanitário e tendo em conta as manifestações públicas e particulares de não autorização da passagem e permanência da Volta a Portugal em Bicicleta por diversos municípios integrantes do percurso da prova, as duas entidades concluíram que não se encontram reunidas, por ora, as condições necessárias para a realização da 82ª Volta a Portugal Santander no mês de agosto”, refere a nota enviada às redações.

A Direção-Geral da Saúde e o Governo autorizaram este mês a realização da Volta, mediante o cumprimento de um plano sanitário que impunha, entre outras medidas, limitações de público (máximo de 20 pessoas), controle sanitário dos atletas e oficiais e alterações na distância das etapas.

O plano não impediu, contudo, que alguns municípios manifestassem a sua indisponibilidade para acolherem a Volta a Portugal. Viana do Castelo e Viseu foram dois dos que, publicamente, se mostraram indisponíveis para acolher o pelotão da Volta nos últimos dias.

Agora, a Podium, empresa responsável pela organização da Volta a Portugal, e a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) “estão neste momento a equacionar outros cenários e a procurar ativamente encontrar com os seus parceiros uma data alternativa para a realização do evento, ainda em 2020”.

Em reação à notícia do adiamento, várias equipas já manifestaram a sua preocupação com os impactos financeiros decorrentes de um potencial cancelamento da prova este ano. Como Carlos Pereira, diretor desportivo da Efapel, que ao jornal “O Jogo” afirmou: Com Volta, muitas equipas terão dificuldades. Sem Volta, 50% não se mantêm no pelotão.”

Na mesma linha, Nuno Ribeiro, diretor desportivo da W-52 FC Porto, já em abril previa, em declarações ao JPN, uma “grande crise” no ciclismo.

A pandemia da COVID-19 afetou, de facto, a modalidade com contundência, ao eclodir numa altura em que a época estava a arrancar e caminhava para a realização das suas corridas mais relevantes. Centenas de provas foram canceladas ou adiadas em todo o mundo. Algumas das mais importantes ao nível planetário, com as três Grandes Voltas do calendário internacional – Giro, Tour e Vueltativeram de mudar de datas no calendário para acalentarem, pelo menos, a esperança de sairem para a estrada.