O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior está a negociar com a Associação de Hostels de Portugal a disponibilização de camas em unidades de alojamento local de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga para estudantes universitários, no próximo ano letivo. A notícia é avançada pela edição desta sexta-feira do jornal “Público”.

A medida visa mitigar os efeitos da diminuição da oferta de camas na rede de residências universitárias do país, que resultará da aplicação das normas da Direção-Geral da Saúde (DGS) no que a estes espaços diz respeito.

Em causa estarão, de acordo com os cálculos do jornal, cerca de 3 mil camas a menos, das 15.370 existentes em todo o país. O Governo fechará um acordo global com a entidade, cabendo depois às instituições de ensino superior assinar contratos com as unidades de alojamento. Os contratos serão válidos para o próximo ano letivo.

No caso da Universidade do Porto, fonte oficial da reitoria citada esta quinta-feira pelo “Jornal de Notícias” afirmava que das 1.190 camas da instituição, cerca de 130 devem ficar inutilizadas para cumprir as normas de segurança da DGS.

Além do recurso ao alojamento local, o MCTES tem ainda um acordo com a Movijovem, que gere a rede de Pousadas da Juventude. Por esta via, estima o Governo, deverá ser possível tem mais 500 camas à disposição de universidades e politécnicos.

Recorde-se que as orientações da DGS, conhecidas esta semana, vão no sentido de garantir uma distância lateral mínima de 2 metros entre camas em quartos com mais do que um estudante, o que em várias residências implicará o fim dos quartos partilhados.

A questão do alojamento é, aliás, uma das preocupações mais vincadas quer pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) quer pela Federação Académica do Porto (FAP) depois de terem sido divulgadas, na quarta-feira, as orientações do MCTES para o próximo ano letivo que apontam para o regresso ao ensino presencial no setor.

Esta sexta-feira, dia 7 de agosto, marca o arranque da primeira fase do Concurso Nacional de Acesso. Os estudantes que escolham esta via de ingresso têm até ao dia 23 de agosto para formalizarem as suas candidaturas. No total, vão abrir 51.408 vagas (mais 548 do que no ano passado) às quais se juntam 721 vagas para os concursos locais. Os resultados das colocações, este ano, só são conhecidos a 28 de setembro. Mais tarde do que é habitual em resultado dos atrasos provocados pela pandemia de Covid-19.