A edição de 2018 do Festival Marés Vivas vai ter lugar na Antiga Seca do Bacalhau, Canidelo, em Vila Nova de Gaia, entre os dias 20 e 22 de julho, anunciou a organização esta quarta-feira.

Durante dez anos, de 2008 a 2017, o festival teve casa na Praia do Cabedelo, junto à foz do Douro. A construção de um conjunto de prédios nos terrenos que até aqui albergavam o festival, obrigou à mudança de local.

“A maior novidade vai ser o crescimento do festival”, declarou Jorge Lopes da PEV-Entertainment na apresentação desta manhã.

Alexandre Fonseca, da PT Altice,, Eduardo Vítor Rodrigues, da CM Gaia e Jorge Lopes, da PEV Entertainment.

Alexandre Fonseca, da PT Altice, Eduardo Vítor Rodrigues, da CM Gaia, e Jorge Lopes, da PEV Entertainment. Foto: Filipa Silva

“O crescimento deve-se à mudança de local. O novo local vai ser a Antiga Seca do Bacalhau”, disse ainda, para a frente acrescentar: “Estamos a falar de uma localização que dista cerca de 500 metros do antigo local e que nos vai permitir, finalmente, dar o salto em termos de dimensão do festival. Vamos ter um recinto com capacidade para 40 mil pessoas. Ou seja, estamos a dobrar a capacidade do festival.”

O “upgrade” era uma inevitabilidade, uma vez que arrancaram as obras nos terrenos privados anteriormente ocupados pelo festival, mas também dada a procura do público.

“Nos últimos seis anos tivemos edições esgotadas. O ano passado, um mês antes do festival tivemos os três dias esgotados. Por isso, já sentíamos que além de deixarmos muita gente de fora, o próprio conforto e o upgrade que queríamos fazer era premente”, prosseguiu Jorge Lopes.

Crónica de uma mudança anunciada

Novo recinto do Marés Vivas

Já em 2016, a autarquia de Gaia tinha anunciado que o festival se mudaria para o Parque Urbano de São Paio, numa área próxima da localização anterior. A notícia motivou, contudo, fortes protestos de associações ambientalistas que consideravam poder estar em causa a ocorrência de “danos graves e irreparáveis” às espécies da Reserva Natural do Estuário do Douro, contíguo ao parque.

A escolha da Antiga Seca do Bacalhau respeita a vontade manifestada por muitos dos participantes no festival de ficar num lugar próximo ao atual, uma vez que o terreno faz fronteira com o Parque de São Paio, sendo contudo um pouco mais interior em relação ao rio, e estando a uma cota mais alta.

Primeiros nomes

Do ponto de vista artístico, foram também desvendados os primeiros nomes do cartaz. Os Kodaline vão regressar a Portugal e sobem ao palco a 21 de julho. No dia anterior, atuam os Goo Goo Dolls. Até ao Natal, a organização promete libertar mais um nome. Prometido, segundo Jorge Lopes, está o “melhor festival de sempre”.

O investimento ainda não está fechado mas deve ser superior ao da edição anterior, que rondou os 2,5 milhões de euros. Dependendo do cartaz que ficar fechado, esse valor pode este ano atingir os 3 milhões.

Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, também presente na apresentação, admitiu que este “é um esforço que o município faz” mas sublinhou que a autarquia “continuará a apadrinhar [o festival] do ponto de vista simbólico e financeiro porque é já um elemento absolutamente central da vida coletiva” da cidade e da região.

O autarca deixou ainda um compromisso: “Queremos fazer do Marés cada vez mais um festival do país, cada vez mais um festival que se internacionalize, mas sem perder as suas raízes, sem perder a dimensão familiar e de heterogeneidade geracional que o marca e identifica”.

Artigo atualizado às 14h32 de 6 de dezembro com declarações de Jorge Lopes e Eduardo Vítor Rodrigues na cerimónia de apresentação do festival.