A moda estava-lhe no sangue. Desde miúda que via a avó no meio de linhas e agulhas, tendo sido com ela que deu os primeiros passos na área. Na escola comentavam as suas escolhas “arrojadas” de guarda roupa, que a designer de Arouca acredita resultarem das pesquisas, leituras e conversas sobre moda em que imergia na maioria do tempo.

Assim, “o curso foi naturalmente o passo seguinte”, declara. Na Modatex aprendeu “a ter um método de trabalho mais organizado e a criar um storytelling de toda a coleção”, o que influenciou o seu futuro enquanto designer.

A sua capacidade de absorver o que a rodeia e a vontade contínua de aprender refletem-se no trabalho que desenvolve. Deste modo, consoante o seu estado de espírito, viaja entre a simplicidade e a extravagância.

“Tenho muita dificuldade em definir-me entre o minimalista e o excêntrico. Penso que é nessa mistura que está grande parte da beleza do meu trabalho e espero dessa forma agradar a diferentes tipos de públicos”, explica a criadora de 25 anos ao JPN.

A designer apresentou a sua primeira coleção no Portugal Fashion na edição primavera/verão 2016, através da Modatex. Desta vez não coloca os coordenados na passerelle em nome próprio, mas sim sob a marca INNA Studio, “onde explora um conceito menos clássico”.

A plataforma Bloom é, de acordo com Patrícia, “a melhor plataforma nacional de scouting e lançamento de jovens criadores”. “É, além disso, um importante apoio na apresentação, desenvolvimento e divulgação dos nossos projetos”, acrescenta.

A coleção do Portugal Fashion

‘Forgive Yourself’ aborda a “busca da espiritualidade através do que nos rodeia, tentando, assim, alcançar a nossa própria verdade”, revela Patrícia Augusta. Por toda a coleção perpassa uma analogia ao pensamento coletivo e à forma como o ser humano se propõe a agradar a todos.

O livro de Jiddu Krishnamurti, “A Educação e o Significado da Vida”, esteve na mesa de cabeceira da criadora durante o processo criativo, tendo sido uma obra essencial para a produção desta coleção.

Numa alusão às estruturas rígidas e volumosas, que transmitem uma ideia de proteção, alcance e fluidez como forma de transcendência, a coleção transpõe o conceito de fim e início.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro