“Rise of the superindividual” foi o título da intervenção de Jon Phillips, numa “conversa” com o público, no auditório do cinema Passos Manuel, no último dia do Futureplaces 2014, que se adivinhava passível de mais atenção, não fosse o destaque dado a algumas das figuras mais controversas do século XXI.

Phillips começou por relembrar Aaron Swartz, cujo documentário biográfico fora exibido minutos antes, no auditório. “Juntou-nos aqui, é a razão por estar aqui a falar”, afirmou. A Creative Commons e os ideais de ambos uniram os dois ativistas e acabaram por justificar a intervenção mais emocionada de Jon Phillips.

A residência em Hong Kong permitiu ao ativista norte-americano uma visão mais alargada e profunda das manifestações no país e da própria realidade. Não foi, portanto, de admirar, que duas fotografias de dois jovens nas manifestações ilustrassem o início e o final da apresentação. Uma metáfora para uma palestra onde a intenção era apresentar indivíduos que não passaram despercebidos.

Quem são os “superindividuals”?

Kim Dotcom, fundador do Megaupload, e Julian Assange, porta-voz da Wikileaks, foram referidos por Phillips como indivíduos que se estabelecem em áreas onde nenhum Governo consegue chegar. E que, no caso da Wikileaks, o projeto continua em pé.

Dennis Rodman é, na opinião de Jon Phillips, uma pessoa intrigante. O ex-basquetebolista da NBA, ao nutrir uma amizade por Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, conseguiu transgredir as ditas “regras” e chegar a um país onde nem o próprio presidente Obama pode entrar.

Já Edward Snowden foi apresentado como alguém com “claras intenções” e “confiante nas suas decisões”, enquanto que Ai Weiwei ajudou a China a dar um passo em frente no desenvolvimento, mesmo que, para isso, seja refém na sua própria casa.

Como nem todos os “superindividuals” são mediatizados, Phillips deu a conhecer mais dois casos: um jovem de Hong Kong, que durante as manifestações se tem assumido como o líder dos estudantes, e o amigo Bassel Safadi, preso na Síria desde 2012 e cuja libertação não é esquecida no movimento “Free Bassel“.

No final, Jon Phillips aproveitou para reiterar o facto de não pretender impingir nenhum conceito, mas desafiou cada membro da plateia a questionar mais e a perguntar a si mesmo se existirá um “superindividual” em cada um.