Numa altura em que se aproxima o Euro 2004, os taxistas queixam-se que em matéria de segurança tudo continua por fazer. No centro da polémica estão as medidas de segurança a adoptar neste sector, que opõem a Associação de Defesa de Segurança dos Motoristas de Táxi do Porto (ADSMT) e a Federação Portuguesa de Táxis.

A ADSMT alertou mais uma vez para a insegurança que se faz sentir nesta actividade profissional e contesta os sucessivos adiamentos na adopção da legislação específica sobre a matéria de segurança, que têm vindo a ocorrer desde 1999.

Esta associação de taxistas do norte reivindica a colocação do vidro separador nos veículos, considerando que seria a melhor forma de salvaguardar as condições de segurança dos taxistas. Uma medida apoiada por Rui Teixeira, taxista na cidade do Porto ouvido pelo JornalismoPortoNet, que vê na obrigatoriedade do uso da divisória nos táxis a melhor solução para combater a crescente insegurança desta actividade profissional.

Uma posição diferente tem Olímpio Luzio, vice-presidente da Federação Portuguesa de Táxis, que se mostra contra o uso do separador de vidro, por entender que esta não é uma solução eficaz. Isto porque, como explica Olímpio Luzio, limita o trabalho dos taxistas e “despromove o convívio com os clientes”.

O vice-presidente da Federação Portuguesa de Táxis aponta a obrigatoriedade da ligação do veículo às centrais de rádio-táxi como a melhor solução para o problema de segurança dos motoristas.

Além do uso da divisória, a ADSMT exige ainda a implementação de candeeiros exteriores indicadores das tarifas e de pedido de socorro dos motoristas em caso de perigo.
Um sistema que Olímpio Luzio considera “muito relativo”, visto que, em sua opinião, “não pode garantir eficazmente a segurança dos motoristas”. O taxista Rui Teixeira considera que a adopção dos candeeiros exteriores não apresenta muitas vantagens e acredita que este é mais “um estratagema usado para os taxistas não serem obrigados a usar a divisória”.
Olímpio Luzio sublinha ainda que as medidas que vierem a ser tomadas são mais dissuasoras do que propriamanente eficazes.

Apesar de toda esta polémica entre taxistas, a ADSMT prometeu que, caso as suas reivindicações não sejam satisfeitas, irá partir para outras formas de luta.

Carla Sousa