O padre Fernando é uma das pessoas que trabalha neste centro e refere que tem tido contacto com diferentes pessoas. Embora a instituição acolha maioritariamente imigrantes, também recebe pessoas que não conseguem obter o estatuto de refugiadas.

Segundo o padre Fernando, o centro aposta num “acolhimento gratuito e livre”, “sem necessidade de formulários, documentação e avaliações”. Por isso, não há distinção entre imigrantes e refugiados. Até porque, como refere. “é bom que não se saiba muito bem quem são”, uma vez que não há “garantia que no processo de filtragem as pessoas não sejam apanhadas”.

Por este centro de acolhimento já passaram milhares de pessoas, muitas das quais refugiadas. O padre Fernando admite que teve contacto com ruandeses, mas afirma que a grande maioria vem de leste. No entanto, refere que todas elas têm características semelhantes, uma vez que “foram maltratadas, perseguidas” e, por isso, “não têm confiança em si e vêm fragilizadas”.

A estratégia do centro passa por tentar enquadrar essas pessoas que normalmente não têm qualquer apoio. O objectivo é criar condições para que se sintam bem e para que acreditem que podem viver normalmente. De acordo com o padre Fernando, muitas das pessoas acolhidas não conseguem o estatuto de refugiadas e algumas acabam mesmo por ficar a trabalhar na “clandestinidade ou com papéis falsos”.

O centro de acolhimento

O centro está situado numa esquadra de polícia desactivada e acolhe quer imigrantes quer refugiados. Segundo o padre Fernando todos os casos são tratados com confidencialidade e não se faz distinção entre uns e outros.

A instituição aposta num acolhimento gratuito, “sem necessidade de formulários” e “feito na base da solidariedade”. O padre refere que há mesmo pessoas que “começam a trabalhar e a ganhar o seu dinheiro e depois repartem-no com outros que chegam mais aflitos”. O sacerdote acredita que este tipo de centros é fundamental para aqueles que foram forçados a abandonar o seu país em busca de segurança e apoio.

Andreia Parente