«Nos primeiros dois anos de vida do PAVC, o número de visitantes chegou a atingir os 28 mil, um pouco acima da capacidade, talvez por causa da novidade, da polémica e da publicidade nos “media”. A partir dessa data, o número tem vindo a diminuir, não chegando o ano passado a ultrapassar os 20 mil.», explica Marta Mendes, arqueóloga do PAVC.

O Presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, Sotero Ribeiro, diz que o problema «é que também não se tem feito convenientemente divulgação do Parque Arqueológico. E compete realmente ao Parque tomar essa atitude. E não o tem feito.»

Mas porque se visitam as gravuras?

Marta Mendes diz, contudo, que há sim uma aposta na divulgação: «O Parque Arqueológico do Vale do Côa tem como um dos objectivos primordiais a divulgação, suportada num programa de apoio à investigação arqueológica, de modo a permitir uma fundamentação científica do objecto de divulgação, o seu património. Não esquecendo nunca que tem de estar articulado com as políticas do Instituto Português de Arqueologia e Ministério da Cultura, dos quais está dependente.»
A arqueóloga fala ainda de dois tipos de divulgação. A divulgação científica – com publicações de artigos em revista nacionais e estrangeiras; e apoio a estágios. E a divulgação não científica, através dos “media”, actividades culturais e divulgação pedagógica ao público escolar.

Dalila Correia, guia do PAVC, diz-nos que publicidade não a há. «O Vale do Côa não faz publicidade, infelizmente, nem a nível nacional nem a nível internacional. Mesmo assim, há cada vez maior procura de público estrangeiro A UNESCO é um símbolo de qualidade; e os estrangeiros procuram essencialmente esse símbolo de qualidade. E fazem o circuito dos sítios Património da Humanidade.»

Que tipo de público para as gravuras?

Escolas são o público mais numeroso do Parque actualmente. «A percentagem de visitantes estrangeiros tem vindo a aumentar, em detrimento dos nacionais, tendo passado de cerca de 5% para 20% de estrangeiros no ano passado.»
Os estrangeiros que visitam as gravuras «são pessoas que praticam um turismo cultural. Dos visitantes nacionais podemos também dizer que são pessoas mais jovens, até meia-idade e com um nível cultural um pouco mais elevado do que a média», conclui a arqueóloga Marta Mendes.

Letícia Amorim