2001 marca o arranque da primeira netlabel portuguesa. Herdeira assumida de outras netlabels que iam aparecendo vindas dos mais diversos locais do planeta como a Mono211 ou a Tokyo Dawn Records, a Enough Records é obra de três criadores, entre os quais Filipe Cruz.

A ideia é simples: partilhar novas sonoridades feitas por artistas na sua maior parte desconhecidos. Como explica o membro fundador, “um dos grandes interesses das netlabels é podermos ajudar as outras pessoas a lançar a sua música”. “No início tínhamos vários tipos de música electrónica, mas passados uns tempos virámo-nos mais para o ‘ambient’ e ultimamente o ‘dark ambient’ é mais a nossa onda”, diz Cruz.

Por entre a grande oferta da EnoughRecords despontam sonoridades envolventes. Entre a rigidez da batida electrónica e a leveza das misturas, revelam-se novos nomes e tendências que escapam a um entendimento comum da música.

Filipe Cruz não esconde as dificuldades de um projecto como o da EnougRecords. “Temos mesmo que trabalhar para dar nome à netlabel”, reconhece. Na verdade, não raras vezes as netlabels são encaradas pelos críticos e pela própria indúdria musical como projectos demasiadamente caseiros, refúgio de artistas menores.

Apesar do que se pensa ou diz, pela EnoughRecords continuam a passar novas abordagens, como os Mystified que nos envolvem num ambiente minado por um apelo quase futurista.

Mariana Teixeira Santos