As obras de recuperação do Cinema Batalha vão arrancar no Verão, em Junho ou eventualmente mais cedo. Esta é a garantia dada ao JPN pela presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), Laura Rodrigues, que acrescenta que o espaço poderá reabrir até ao final do Verão.

A reabilitação do Batalha foi abraçada pelo Porto Vivo, um projecto da Associação de Comerciantes do Porto. Aproveitando as verbas que o Grupo Amorim cedeu à associação como forma de ressarcir os prejuízos comerciais com o Plano Pormenor das Antas, a ACP criou o gabinete agora responsável pela recuperação e modernização do cinema.

Depois de ter encerrado no Verão de 2000, o edifício da época modernista, com mais de cinquenta anos, vê agora a possibilidade de reabrir. “Estamos em situação de avançar porque já temos o aval do Grupo Amorim, a verba já pode ser aplicada, os orçamentos estão feitos e os contratos com as principais empresas estão numa fase avançada”, admite Laura Rodrigues.

“Não vai haver um cantinho do Batalha que não tenha utilidade”

Laura Rodrigues promete que “não vai haver um cantinho do Batalha que não tenha utilidade”. Nesse sentido, a sala principal de cinema, com cerca de 800 lugares, terá exploração própria e já recebeu uma proposta de uma empresa para a programação durante todo o ano, com “música, variedades e cinema”.

A chamada “Sala Bebé”, com cerca de 300 lugares, será para o Cineclube do Porto, que enfrenta uma acção de despejo da sede na Rua Miguel Bombarda. “A ideia era juntar o útil ao agradável. O útil será ocupar aquele espaço com sessões de cinema e contribuir para a revitalização do Cineclube. Eu sou fã de cineclubes porque são uma forma de ver filmes de qualidade sem pipocas, sem barulho, em condições não adulteradas”, diz a presidente da ACP.

A “Sala Bebé” será também usada pelo Centro de Iniciação às Artes para as Crianças, criado pelo Porto Vivo, através de “matinées” infantis com workshops e ocupação de tempos livres. Além das actividades do Cineclube e dos tempos livres, na sala poderão ter lugar colóquios e debates.

Laura Rodrigues garante ainda que o Cinema Batalha contará com a exploração de três grandes átrios para restauração. No rés-do-chão funcionará um café e um bar à noite; no 1º andar, refeições ligeiras; no 3º piso, um restaurante com utilização do terraço que nunca foi aproveitado. Uma tabacaria, pequenos palcos e jornais espalhados pelos átrios dinamizarão o resto do espaço.

Artesanato urbano é o próxima aposta do Porto Vivo

Laura Rodrigues levanta o véu em relação a um futuro projecto para o centro da cidade. A grande aposta será o artesanato urbano, com a exposição e venda de vestuário, bijuteria, acessórios ou pintura.

“Pretendemos dar à cidade uma oferta diversificada em relação à oferta dos centros comerciais. Em Londres, os artesãos urbanos desenvolvem linhas de bijuteria, de vidro e outros materiais que são autênticas obras-de-arte. Em Portugal não há espaço para eles. Vamos criar espaço para a gente ligada às artes que faz coisas que as pessoas usam”, avança.

Carina Branco