Um dos grandes objectivos do Processo de Bolonha é promover uma maior mobilidade dos estudantes. Será que a UP vai ser atractiva para os estudantes europeus?

Não é muito fácil. Claro que em termos de número de alunos dos programas Erasmus tem havido um aumento ao longo do tempo. Já estamos acima dos 500 alunos que a UP recebe neste momento, e a tendência é para crescer. Não podemos esquecer, no meio de tudo isto, que temos alguns aspectos que são atractivos: o clima, a maneira como nós recebemos as pessoas. Mas a língua é menos atractiva. Evidentemente que um país de língua inglesa exerce outro tipo de atracção sobre os estudantes. Creio que uma forma que nós temos de aumentar a atractividade, em particular nos segundos ciclos, será que alguns dos nossos cursos também sejam dados em inglês, ou pelo menos, tenham uma forte componente do ensino dado em inglês.

E a UP está preparada para isso?

Preparados estamos. É preciso que as pessoas se disponham para isso. Mas não creio que haja dificuldades especiais, nem da parte dos estudantes, nem da parte dos professores. O que é preciso é predispormo-nos para isso.

Colocando a questão ao contrário: A UP tem capacidade para concorrer com as universidades das grandes cidades europeias? Não se corre o risco de um grande número de estudantes sair do país e da cidade?

Corre efectivamente. Principalmente no segundo ciclo. É um risco que nós corremos, e é um desafio também. Temos que melhorar a qualidade dos nossos cursos, e temos que ser competitivos nesse espaço. E não é só no
ensino. Também na investigação temos que nos tornar competitivos com os outros países.

Anabela Couto
Miguel Conde Coutinho