São 400 os novos dispensadores de sacos-cão que a partir da próxima semana vão andar por aí ao alcance de qualquer dono de cão. O projecto parte de uma série de protocolos entre a Câmara Municipal do Porto (CMP) e várias Juntas de Freguesia da cidade.

Entre as freguesias que aderiram ao projecto dos novos dispensadores de sacos-cão está Massarelos. Em conferência de imprensa, o presidente da Junta Justino Santos elogia a iniciativa: “são estes pormenores que tornam a nossa cidade cidade mais bela. Podemos inaugurar grandes ‘Casas da Música’, como hoje vai acontecer, mas esquecemo-nos do mais elementar que é dar às pessoas o ar que respiramos, as árvores que são lindíssimas e os espaços maravilhosos do Porto”. Para Justino Santos, isto só faz sentido se as ruas deixarem de estar “cheias de dejectos de cães e gatos”.

A freguesia de Massarelos foi escolhida para inaugurar a iniciativa porque, segundo Rui Sá, vereador do Ambiente da CMP, foi Justino Santos “o primeiro presidente a falar no problema dos dejectos caninos”. Rui Sá explicou ainda como é que as parcerias entre a CMP e as juntas de freguesia vão funcionar: “a Junta diz quantos dispensadores está disposta a colocar e a câmara duplica o número”.

Ao todo são 11 as freguesias que já aderiram ao projecto. Cedofeita e Paranhos ainda não responderam à proposta e as freguesias de Vitória e Foz do Douro foram as únicas que não quiseram aderir à colocação dos novos dispensadores de sacos-cão.

Consciência cívica despertada nas escolas

A Alameda Basílio Teles perto da Alfândega foi hoje o local escolhido para uma da 11 acções da campanha “Porto mais limpo – Cidade acolhedora”. Para sensibilizar a população para a importância de manter a cidade limpa dos dejectos dos animais, o pelouro do Ambiente da CMP convidou algumas escolas. O objectivo é “recrutar” os alunos para que sejam eles a entregar amostras de “sacos-cão” às pessoas. Ao mesmo tempo que explicam aos crescidos para que servem os “sacos-cão”, os mais pequenos desenvolvem a consciência cívica.

“A iniciativa é muito importante porque vai de encontro ao que é ensinado nas aulas: não se devem deixar as fezes dos cães nos passeios nem na relva porque as pessoas não estão a contar podem pisar”, explica uma professora da Escola de Gólgota, em Massarelos. O “saco-cão” distribuido pelas crianças é acompanhado por um panfleto que alerta para os “sete pecados mortais da sujidade” que devem ser rapidamente combatidos, como o lixo deitado para o chão, a vandalização dos caixotes do lixo, os colchões e outros “monstros domésticos” abandonados na via pública e os excrementos animais esquecidos nos passeios públicos.

“A cidade limpa não é a que se limpa muitas vezes mas é a que menos se suja”

Rui Sá acredita que “os contentores e as papeleiras só fazem sentidos se as pessoas se sentirem responsabilizadas e começarem a sujar menos”. O vereador do Ambiente da autarquia portuense prevê mais fiscalização nas ruas e promete coimas mais pesadas que podem ir dos 50 aos 250 euros.

A campanha de sensibilização por um Porto mais limpo continua até 20 de Abril pelas várias freguesias do Porto que aderiram à aquisição dos novos dispensadores de “sacos-cão”. Para os que passeiam regularmente os animais pelos parques e ruas do Porto, Rui Sá deixa um recado: “A cidade limpa não é a que se limpa muitas vezes, mas é a que menos se suja”

Bruna Pereira