“É esta a situação em que a reitoria nos deixou. Nós continuamos a cumprir, ainda que com dificuldades, o protocolo que temos com a reitoria da UP. Quem está em falta é a reitoria”, afirma o vice-presidente do Centro Desportivo da Universidade do Porto (CDUP), João Silva.

João Silva explica que o subsídio da reitoria representava 70% do financiamento total do centro para fazer face ao total de encargos com a manutenção das instalações e com o pagamento dos salários dos funcionários. Em Outubro do ano passado, o reitor da UP, Novais Barbosa, anunciou que o subsídio será proporcionalmente atribuído de acordo com o número de estudantes que pratiquem desporto nas instalações do CDUP. O centro desportivo não concorda com a atitude do reitor, que em Julho do ano passado renunciou ao cargo de Presidente da Assembleia Geral do CDUP. “Não concordamos com esta tomada de posição do reitor. Aliás está escrito nos estatutos que qualquer órgão do centro desportivo só poderá apresentar a sua demissão em Assembleia Geral. O reitor não o fez.”

Reitoria quer impor limites às equipas federadas

A reitoria propõe uma percentagem minima de estudantes nas equipas federadas. No primeiro ano a percentagem será de 60 por cento. Essa percentagem irá sempre diminuído ao longo dos cinco anos do contrato, tal como o subsídio. O centro desportivo considera que isto não faz sentido. “Se o CDUP tiver ao longo dos anos condições e capacidade para aumentar esse número de alunos não tem lógica que o subsídio e a disponibilidade de pavilhões para realizar essa actividade vá diminuindo”, refere João Silva.

O Centro Desportivo sugere antes um valor mínimo de 50% de estudantes nas equipas federadas do CDUP. Essa percentagem iria aumentando ao longo de quatro anos “até atingirmos um valor de referência de 70%, nunca ao contrário”. “Não tem lógica estarmos a trabalhar para termos cada vez mais universitários e estarmos limitados a um número. Se o CDUP tiver capacidade para ao longo dos anos ir aumentado o número de estudantes que praticam desporto no centro acho que é lógico que o apoio da reitoria também aumente” menciona o responsável do CDUP.

A Assembleia Geral do CDUP está suspensa e vai se reunir no dia 6 de Maio. “Sentimos que estamos a ser tratados de uma forma injusta. Mesmo que as negociações com a reitoria falhem, vamos tentar arranjar uma forma do CDUP continuar a sobreviver”, afirma João Silva.

Pedro Sales Dias