As obras do Metro do Porto no Hospital São João podem vir a parar na próxima semana, caso a justiça dê razão à providência cautelar interposta, no início de Fevereiro, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Contudo, tal decisão só deverá ter resultados práticos no perímetro do hospital. Fora dele, as obras continuarão, apesar das vozes de protesto que cada vez mais se fazem sentir.

Ontem, quarta-feira, foi a vez do Bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, em declarações ao “Público”, se insurgir contra as obras em curso frente à unidade hospitalar. Pedro Nunes critica “o absurdo e a falta de senso” do plano que prejudica a “funcionalidade do hospital e a acessibilidade dos doentes”.

Perante a empreitada em curso que rodeia o Hospital São João, o Bastonário da Ordem dos Médicos confessou ainda que “não faz sentido”. “É evidente o problema que está aqui. Há uma grande falta de bom senso. O que me parece absurdo é a linha vir à superfície precisamente no ponto em que vai causar transtornos de acessibilidade a dois hospitais (o São João e o IPO) da maior importância”, disse.

Enquanto palmilhava por entre as obras do Metro, Pedro Nunes, não deixou de lançar um apelo à rápida intervenção do Governo na questão. No início desta semana, a comissão ad hoc aproveitou a visita de Jorge Sampaio para entregar ao Presidente da República um dossiê sobre o caso do Metro.

Apesar da polémica, as obras frente ao hospital continuam a bom ritmo. Depois da FMUP ter pedido em Abril o adiamento da pronúncia do tribunal sobre a providência cautelar interposta em Fevereiro, acreditando que as obras iriam ser interrompidas para uma melhor avaliação da situação, o que afinal acabou por não acontecer, José Amarante, director da faculdade, afirma: “desta vez não vamos recuar”.

Mariana Teixeira Santos