Como está a correr a batalha contra o cancro no IPATIMUP? Há expectativas de alguma “vitória” para breve?

Penso que sim. É realmente isso que nos faz vir para aqui todos os dias e com essa motivação de que vamos conseguir melhorar a qualidade de vida das pessoas e procurar uma cura para o cancro. A nível internacional, com alguns grupos com os quais temos colaboração, têm-se feito progressos bastante grandes.

Em que consiste actualmente o seu trabalho de investigação?

Estou a trabalhar com a doutora Céu Figueiredo e com a doutora Raquel Seruca com um trabalho com a “helicobacter” que é uma bactéria que existe no estômago em cerca de 90% da população portuguesa.
Temos feito progressos bastante bons nestes últimos anos quer a nível de genotipagem [identificação das estirpes de helicobacter que existem nos diferentes indivíduos], como nos mecanismos que a bactéria utiliza para atingir as células, tendo por objectivo a utilização terapêutica e evitar a infecção.

Que mensagem pode deixar aos estudantes que gostariam de conduzir uma carreira de investigação?
Venham ter connosco, porque temos trabalho a desenvolver. Temos durante o período das férias uma parte dos projectos de Ciência Viva em que o
professor Mota Cardoso, o doutor Luís Cirnes e o professor Luís Filipe estão envolvidos, em que há uma procura por parte de jovens que estão a terminar o ensino secundário, alguns até já numa fase pré-universitária. Vêm para aqui passar algum tempo das suas férias para ver a investigação, ver o que é ser investigador e trabalhar no campo.

Neste momento o panorama é animador?

Tenho 30 anos e tenho vivido sempre de bolsas. É uma situação instável, particularmente quando queremos estabelecer família. Espero que haja a nível nacional um aumento da possibilidade que esta massa jovem possa fazer investigação em Portugal em condições mais estáveis onde tenhamos também uma melhor qualidade.

Hugo Manuel Correia
Foto: Liliana Rocha Dias