Como é que surgiu a oportunidade de vir trabalhar para o IPATIMUP?

Tenho uma história bastante complicada. Comecei em Itália, foi lá que acabei o curso. Fiz o doutoramento na Bélgica e depois, em 2001, vim para Portugal fazer um pós-doutoramento. Por isso, vir para cá foi mesmo uma escolha.
Tudo começou na Bélgica. Conheci pessoas que trabalhavam na mesma área que eu e falavam-me muito do IPATIMUP. Decidi vir para cá e deram-me a oportunidade de fazer um projecto muito interessante, próximo do trabalho que estava a fazer na área da bioquímica e da investigação sobre o cancro. Estou muito satisfeito com a escolha.

Encontrou em Portugal o apoio necessário para fazer investigação?

Incentivo sim. Tenho tido muita sorte, porque realmente agora estou como investigador. Temos alguns projectos aprovados e temos financiamentos. As dificuldades talvez sejam mais ao nível pessoal. Sou casado e o apoio à família ainda não está “muito desenvolvido”. A minha mulher, por exemplo, está à procura de emprego, o que é bastante complicado.
Estas são as dificuldades mais comuns que um investigador estrangeiro pode encontrar em Portugal. Em termos de investigação, este é um instituto excelente. Já trabalhei em muitos sítios e realmente o nível [do IPATIMUP] é muito alto.

Considera então que Portugal está ao nível do resto da Europa?

Quando falamos do IPATIMUP sim. É evidente que a realidade poderá não ser a mesma em todas as instituições, pelo que se torna difícil responder à questão. Pela experiência que tive, o nível aqui no IPATIMUP é muito alto.

Qual é o objecto da sua investigação aqui no IPATIMUP?

Estou interessado nos mecanismos de invasão celular, usando como modelo o cancro do estômago.

Hugo Manuel Correia
Foto: Liliana Rocha Dias