Em 2001, foram recenseadas 1.656.602 crianças, menos 852.071 do que em 1981. Segundo um estudo do INE, divulgado por ocasião do Dia Mundial da Criança, que se comemora hoje, quarta-feira, o número de indivíduos com menos de 15 anos a residir em Portugal reduziu-se em cerca de um terço (33%) nos últimos 20 anos. A percentagem de crianças na população total foi em 2001 de 16%, uma descida de 4 pontos percentuais em relação a 1991 e de 9,5 pontos percentuais quando comparado com 1981.

A tendência de baixa de nascimentos mantém-se desde o início dos anos 70, apresentando quebras mais acentuadas na década de 80, apesar do aumento conjuntural nos anos de 1977 e 1978 e 1995 a 2000. O INE prevê que esta tendência se mantenha até 2010, altura em que se prevê que nasçam anualmente cerca de 100 mil indivíduos. Nos últimos anos, o número de nados-vivos tem-se mantido mais ou menos estável, com valores situados entre os 110 e os 120 mil.

99,6% das crianças vivem em famílias clássicas, ou seja, com pessoas com relação de parentesco. Deste grupo, a maior parte (84%) residia em 2001 em famílias constituídas por cônjuges casados por lei ou unidos “de facto”. Cerca de 8% vivia em núcleos monoparentais, a maioria dos quais com a mãe (6,9%). Cerca de 7% estavam integradas em famílias com dois ou mais núcleos familiares.

A educação pré-escolar é uma realidade cada vez mais presente entre as crianças portuguesas, registando-se, na última década, um aumento da participação das crianças neste nível de ensino em mais de 20 pontos percentuais. Em 2003, mais de 60% das crianças com 3 anos de idade frequentavam um estabelecimento de educação pré-escolar, enquanto que aos 5 anos esse valor ascende aos 90%.

Por dia, as crianças portuguesas dedicaram em média mais de 5 horas a actividades de lazer. A televisão ocupa as preferência dos mais novos, quer enquanto actividade principal, quer como actividade secundária de lazer.

Pedro Rios
Foto: Arquivo JPN