A partir de Janeiro de 2006, o chamado “Plano Tecnológico”, uma bandeira do Governo, vai contar com uma ferramenta de medição da exportação e inovação das empresas portuguesas. Foi essa a data provável avançada ao JPN pelo responsável da Unidade de Coordenação do Plano Tecnológico (UCPT), José Tavares, no final da conferência na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, quinta-feira, onde foi apresentada a Plataforma para a Inovação, Exportação e Competitividade (PIEC).

A PIEC vai funcionar através de um questionário preenchido na Internet, onde qualquer empresa pode fazer um auto-diagnóstico, gratuita e anonimamente. Será avaliado o grau de exportação, inovação e competitividade da empresa, que será acrescentada a uma base de dados que pode ser consultada por outras organizações, agentes económicos ou académicos e mais concretamente pelo Governo, que pode definir estratégias a seguir dentro do Plano Tecnológico.

Feito o diagnóstico, é possível à UCPT aconselhar à empresa um conjunto de incentivos económicos ou fundos internacionais que se adequem às necessidades, bem como parcerias com empresas com características complementares. A PIEC potencia ainda o “benchmark” das melhores práticas de cada sector.

“O objectivo é criar uma comunidade de empresas inovadoras, exportadoras ou potencialmente as duas coisas”, afirmou José Tavares, na conferência.

O dirigente da UCPT salientou que há muitos fundos que não chegam às firmas porque não existe um “instrumento credível de as apresentar” aos financiadores internacionais, como o Banco Europeu de Investimento.

“[A PIEC] Não é essencial, mas facilita muito o Plano Tecnológico”, considerou ao JPN José Tavares. “Existem 200 mil empresas que andam perdidas e não sabem o que é inovação”, disse.

Na próxima semana, a plataforma vai ser apresentada às associações dos vários sectores da economia para fazer um pré-teste ao instrumento. José Tavares espera atingir entre 2.000 e 3.000 empresas exportadoras numa primeira fase, número importante num universo de 5.000 empresas.

Instrumento desenvolvido por investigador da UNL

A primeira versão do instrumento científico desenvolvida por Luís Lages, professor da Universidade Nova de Lisboa (UNL), está a ser analisada por especialistas nacionais e internacionais.

“A UCPT tinha necessidade de um instrumento isento, credível e justo para todas as empresas”, afirmou Luís Lages.

Para o investigador, a medição da exportação e inovação é uma “necessidade empresarial, que em Portugal se está a tornar uma questão de sobrevivência porque estamos a operar em mercados globais”. “Uma medição sólida é a base de tudo o resto”, considerou.

Pedro Rios
Fotos: SXC
Pedro Rios