O futuro dos dois jornais diários portugueses suspensos em Julho pelo grupo espanhol Prensa Ibérica pode ser conhecido até ao final desta semana. O ex-director do “O Comércio do Porto” afirmou ao JPN que a decisão da Prensa Ibérica relativamente às propostas de compra dos títulos deve surgir perto do dia 15 deste mês.

Rogério Gomes acrescenta que a decisão deveria surgir de uma reunião da administração do grupo espanhol que, segundo o ex-director do jornal portuense, está agendada para hoje, terça-feira.

Também a Cooperativa Alternativa de Produção Jornalística, constituída por ex-trabalhadores dos títulos e outras pessoas interessadas na aquisição dos dois jornais, tem a “mesma indicação”. “As coisas podem definir-se no final desta semana”, afirmou ao JPN Arminda Rosa Pereira, que integra os grupos de trabalho da cooperativa, que tem “vindo a negociar” com a Prensa Ibérica a aquisição dos dois títulos.

Contactado pelo JPN, o representante da Prensa Ibérica em Portugal, António Matos, não confirma nem desmente a informação avançada pelo antigo director do “O Comércio do Porto”. “Corresponde a um desejo e não a uma possibilidade”, afirma António Matos, sustentando que “é uma declaração de Rogério Gomes, que não é quadro do grupo Prensa Ibérica”. “Não há novidades concretas. Quanto mais se fala pior”, sublinha.

O JPN pediu esclarecimentos junto da administração do grupo Prensa Ibérica, mas ainda não obteve qualquer resposta.

Grupo Lena não vai comprar

A Sojormedia, “holding” do grupo Lena, de Leiria, para a área da comunicação social, vinha sendo referida como uma das potenciais compradoras dos dois títulos. A empresa teria mesmo apresentado uma proposta à Prensa Ibérica.

O administrador da “holding”, Francisco Santos, disse ao JPN que não pode confirmar se a decisão da Prensa Ibérica está para breve porque a Sojormedia não quer comprar os jornais.

“Estamos concentrados nos outros projectos [de imprensa regional] e não vamos comprar”, assegura Francisco Santos, afirmando que o “movimento especulativo” em torno da aquisição dos dois títulos não passa de uma “técnica de venda”.

Pedro Rios