O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje, terça-feira, que discorda da redução do tecto orçamental da União Europeia para o período 2007-2013, mas acredita ser possível chegar a uma solução ainda durante a presidência britânica.

“Discordamos no fundamental porque esta proposta não dá o devido suporte às políticas de coesão”, disse em declarações aos jornalistas à entrada para a Cimeira Governo/Empresas. “Consideramos que as políticas de sucesso para a União Europeia, que revelam bons resultados, como é o caso da política de coesão devem continuar, não estamos de acordo que sejam limitadas”, acrescentou.

A proposta de Londres prevê que o orçamento comunitário seja da ordem dos 847 mil milhões de euros, o que corresponde a 1,03% do Rendimento Nacional Bruto da UE. O corte representa uma perda de 25 mil milhões de euros relativamente ao projecto inicial, feito durante a presidência luxemburguesa.

Os cortes propostos para os fundos estruturais e de coesão, de que Portugal beneficia, são da ordem de 9,1 mil milhões de euros. O orçamento desta rubrica passaria assim para os 297 mil milhões de euros.

Durante a manhã, em Bruxelas, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, reagiu no mesmo tom de José Sócrates, considerando que esta “não é uma proposta satisfatória” e que é “preocupante” cortar as verbas para os países menos desenvolvidos.

Sócrates vai mostrar, amanhã, em Bruxelas, o descontentamento de Portugal a Tony Blair, relativamente à redução do orçamento comunitário para 2007-2013.

Luís André Florindo
Foto: Rita Braga/Arquivo JPN