O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou hoje, terça-feira, que uma eventual inviabilização da Autoeuropa, fábrica da Volkswagen, se deverá à recusa do acordo salarial proposto pela administração.

Manuel Pinho, que falava perante a comissão parlamentar de Assuntos Económicos, afirmou que “nesta altura já não tem a certeza de ser possível a viabilização da fábrica da Autoeuropa”. “Os trabalhadores trocam a possibilidade de mais horas extraordinárias pela certeza de mais desemprego”, sublinhou o ministro, que apela à Comissão de Trabalhadores e à administração da Autoeuropa para que, “no tempo que resta, salvem uma situação que é muito complexa”.

O pré-acordo salarial para 2006 foi ontem rejeitado pelos trabalhadores da Autoeuropa. 55,8% dos funcionários votaram contra o aumento de 2,5% (30 euros). Os trabalhadores não aceitam este valor e exigem aumentos de 3,5%.

Para além da falta de acordo nas negociações sobre aumentos salariais, estão em causa prémios de assiduidade e pagamento do trabalho suplementar do novo acordo laboral que deveria ter entrado em vigor em Setembro.

Manuel Pinho confirmou ter estado recentemente na Alemanha a negociar directamente com a Volkswagen a permanência da fábrica em Portugal, sublinhando o envolvimento activo do Executivo nesta matéria.

Actualmente a Autoeuropa é responsável por 2950 postos de trabalho directos e mais de três mil indirectos.

JPN/Lusa
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