O primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, teve hoje, terça-feira, alta do hospital onde esteve internado desde domingo depois de ter sofrido um ligeiro acidente vascular cerebral.

Sharon, com 77 anos, afirmou aos jornalistas à saída do hospital que “agora é tempo de voltar ao trabalho, seguir avante”, numa alusão ao seu novo partido, Kadima (“avante” em hebraico). O ainda primeiro-ministro recusou-se a responder a perguntas da imprensa devido à sua condição ainda frágil, mas espera-se que no próximo domingo já presida à reunião do Executivo israelita.

Sondagens divulgadas hoje pelo diário “Maariv” indicavam que o partido de Sharon, se fossem hoje as eleições, obteria um total de 42 assentos num Knesset (Parlamento) com um total de 120 lugares. O Partido Trabalhista de Amir Peretz atingiria os 22 deputados e o Likud 13.

Netanyahu eleito secretário-geral do Likud

O ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi ontem eleito secretário-geral do Likud, numas primárias muito disputadas após a saída de Ariel Sharon do partido. Com 44% dos votos, Netanyahu afirmou no seu discurso de vitória que espera “começar uma jornada aqui que irá acabar com o Likud no poder”.

O professor do Departamento de Política e Governo da Universidade de Ben-Gurion, Joel Peters, afirma ao JPN que é possível que com Netanyahu à frente do Likud estejam abertas as portas para acordos com a extrema-direita.

Depois da criação do Kadima, “uma coisa à qual se tem de estar atento é se os partidos de direita se vão unir num só bloco e o que vai acontecer à esquerda israelita”, refere Peters.

Tiago Dias
Foto: BGU