A primeira queixa surgiu com o encurtamento da linha do Vouga. Os trilhos que ligavam o apeadeiro Espinho-Vouga e a estação de Espinho desapareceram para possibilitar o desvio da Linha do Norte do seu traçado original. O trajecto eliminado corresponde a sensivelmente 500 metros, o que produziu uma onda de protestos por parte dos utentes da Linha do Vouga.

Rosa Faria, 55 anos, de Paços de Brandão, acusa a Câmara de Espinho de desprezar as pessoas que utilizavam aquela linha. “Fomos completamente discriminados. Não nos foi dado qualquer meio de transporte que substituísse a linha”, afirma, classificando a situação de “vergonhosa”.

O mesmo desvio da Linha do Norte alterou a morfologia do centro da cidade de Espinho. Ruas em obras, sentidos de ruas trocados numa frequência quase diária, e acessos à plataforma a mudar também quase todos os dias são algumas das queixas de Henrique Sousa, 72 anos, reformado residente em Espinho. Utilizador habitual do comboio, Henrique Sousa considera que houve situações “evitáveis”: “O enterramento é uma obra muito importante para a cidade, mas não podemos esquecer o bem-estar das pessoas enquanto as obras não estão concluídas. Estas mudanças diárias não são boas para ninguém”.

Nuno Neves