O total global de crédito à habitação em Portugal aumentou 11% em 2004, enquanto o endividamento dos particulares cresceu para 118% do rendimento disponível, segundo o relatório “Indicadores Sociais”, divulgado hoje, terça-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o documento [PDF], o Índice de Preços no Consumidor aumentou 2,4% em 2004, sendo que os maiores aumentos ocorreram no ramo da educação (9,35%) e dos restaurantes e hotéis (4,6%).

Viagens de férias aumentam 50%

O INE revela também que em 2004 o número de viagens de férias e lazer de residentes em Portugal para o estrangeiro aumentou 50%. Espanha continua a ser o primeiro destino, registando 52% do número de viagens, apesar da quebra em relação a 2003 (73%). O Reino Unido ultrapassou a França e passou para a segunda posição com 7,8%.

As viagens de portugueses para destinos fora da União Europeia cresceram mais de 90% e representam um quarto do total da procura.

Em território nacional, o Algarve continua a ser o destino de férias mais procurado pelos portugueses, representando 30,5% das dormidas fora da residência habitual, embora o valor seja inferior ao registado em 2003.

Aumento do peso dos serviços

Em relação ao emprego, o instituto destaca o aumento da importância do sector dos serviços com 56,8% da fatia total dos postos de trabalho registados em 2004. Tal deve-se “exclusivamente, ao crescimento anual de 3%” registado naquele sector, uma vez que tanto o sector primário (-3,7%) como o sector secundário (-3,4%) registaram uma diminuição do número de postos de trabalho.

Por outro lado, continua a aumentar o número de pessoas com ensino secundário e superior (26,8% dos postos de trabalho, contra 24,4% no ano anterior).

A taxa de desemprego situou-se nos 6,7% – um aumento de 0,4% em relação à de 2003. É no universo da população activa feminina que se regista a maior taxa de desemprego, com 7,6% contra 5,8% nos homens. A nível regional, as taxas mais elevadas registam-se no Alentejo e no Norte (8,8% e 7,7%) e as mais baixas nas Regiões Autónomas da Madeiras e dos Açores (3,0% e 3,4%).

Na saúde, a taxa de mortalidade baixou para 9,7% e a infantil para 3,8%. A esperança média de vida à nascença aumentou para ambos os sexos, sendo agora de 74,5 anos para os homens e 81 para as mulheres.

Pedro Sales Dias
Foto: SXC