Expectativas para o novo ano:

– “2006 vai ser um ano de viragem para o ensino superior, em que as instituições, quer queiram ou não, quer estejam preparadas ou não, vão ter de enfrentar o Processo de Bolonha. Alguma instituições fizeram o trabalhinho de casa. Outras, não”

– “Que haja coragem e que se leve até ao fim a revisão da carreira docente”

– “[Queremos] Que quem não tenha possibilidades para estudar seja apoiado. Quem as tem que continue a pagar e não fuja e recorra a este tipo de mecanismos e prejudique quem não tem possibilidades de pagar”

Pontos fortes de 2005:

– “É de louvar a coragem política que este Governo teve em implementar a avaliação da OCDE, que será idónea. Pela primeira vez vamos ver quais são as instituições que têm qualidade, com as respectivas consequências para as instituições que não têm. Não vamos avaliar por avaliar”

– “Início da revisão da carreira docente, que está há mais de 20 anos na gaveta. É positivo que seja contemplada a avaliação pedagógica dos docentes. Há que louvar a coragem deste Governo. Há 20 anos que os sucessivos governos não tinham coragem de ir contra os lobbies dos sindicatos”

Pontos fracos de 2005:

– “A oportunidade que Portugal teve na revisão da Lei de Bases para fazer não apenas uma revisão cosmética, como acabou por se fazer. Foi uma revisão claramente feita em cima do joelho”, para “satisfazer os requisitos de Bolonha”

– “Os politécnicos podiam ter dado um passo em frente na questão dos doutoramentos e mestrados. Temos más universidades a leccionar doutoramentos e bons politécnicos impedidos de dar doutoramentos”

– “Elitização do ensino superior: temos neste momento cursos de primeira e cursos de segunda. Existem cursos que são notoriamente privilegiados pelo Governo e que são assumidos como um custo para este Governo, como Medicina. Estes cursos vão ter um segundo ciclo integrado ao mesmo custo do primeiro, o que não acontece com os cursos de Línguas, por exemplo”

Ana Correia Costa
Foto: Arquivo JPN