A associação PME Portugal criou um concurso para premiar as ideias e empresas com espírito empreendedor. A primeira edição do Concurso Empreendedorismo PME visa apoiar o “acto de coragem” que é empreender e liderar uma empresa, disse hoje, quarta-feira, o presidente da PME Portugal, Joaquim Cunha, na apresentação da iniciativa.

A PME Portugal (Associação de Pequenas e Médias Empresas de Portugal) está a fechar acordos com instituições financeiras, empresariais e de ensino superior “de referência” para financiar os prémios e estimular o empreendedorismo nas universidades portuguesas.

“Queremos ser um actor que estimule outros actores”, explicou Joaquim Cunha, que considera que existe “muito conhecimento científico nas universidades” que não é transferido para o mundo empresarial.

As cinco categorias do Concurso Empreendedorismo PME terão um prémio mínimo de 5.000 euros, para além de apoio em consultoria e outros serviços. A associação vai premiar os melhores projectos de investimento, de uma mulher empresária, de empreendedorismo e os mais inovadores e ainda a melhor ideia. As candidaturas estão divididas em três fases (até 31 de Janeiro, 3 de Abril e 31 de Julho) e os premiados serão conhecidos em Junho, Dezembro e Junho do próximo ano.

Programa para empreendedoras

As fases de realização do concurso ocorrem em simultâneo com as da terceira edição do Programa Empreendedoras 2006, destinado apenas a mulheres desempregadas ou à procura do primeiro emprego. Este ano, há 156 vagas.

Através desse programa, com fundos comunitários, a PME Portugal tem apoiado mulheres a criar empresas, acompanhando-as no arranque e na consolidação do negócio (uma “rede de suporte” que dura dois anos). Esta segunda fase é, segundo Joaquim Cunha, descurada pelos mecanismos de apoio públicos.

A ajuda da PME Portugal vai desde o apoio financeiro de 5.000 euros para as empresas com viabilidade económica à formação, em áreas como a gestão e a contabilidade, e à consultoria.

Para o presidente da associação, o programa tem tido “excelentes indicadores”, criando “empresas em todo o país, em todas as áreas” de actividade. “Gostávamos que um dia a bolsa portuguesa tivesse empresas muito arrojadas e com base no empreendedorismo”, afirma Joaquim Cunha, que classifica como “lamentável” o facto de “uma empresa portuguesa encontrar mais apoios em Espanha” do que no nosso país.

Pedro Rios
Foto: Pedro Rios/Arquivo JPN