Em Portugal, as mulheres continuam a ganhar menos e a sofrer mais com o desemprego, revela estudo do Eurostat.

Um estudo do Eurostat, divulgado em vésperas do Dia Internacional da Mulher, revela que em Portugal as diferenças salariais entre homens e mulheres mantêm-se: os homens ganham 5% mais do que as mulheres.

Também o desemprego é mais sentido pelas mulheres do que pelos homens, numa percentagem de 9 para 7%. O emprego precário também atinge mais o sexo feminino (33,3%) do que o masculino (31,3%).

Mesmo assim, são dados mais favoráveis do que os revelados ontem pelo estudo “As desigualdades com base no género persistem em Portugal”. O economista Eugénio Rosa, da CGTP, autor do estudo, cruzou as estatísticas nacionais com as europeias e chegou à conclusão de que mulheres portuguesas ganham menos 25,5% do que os homens.

O estudo de Eugénio Rosa mostra ainda que, apesar de o número de mulheres diplomadas ser maior do que o de homens, elas têm profissões menos qualificadas, são mais atingidas pelo desemprego e pelo emprego precário, conclusões que vão de encontro aos dados do Eurostat.

Mulheres portuguesas adiam primeiro filho

O estudo do Eurostat revela ainda o perfil da mulher portuguesa em 2004. Teve o primeiro filho aos 27 anos (a média europeia é de 28 anos), o que representa, em 10 anos, o crescimento da tendência para adiar a maternidade, já que em 1994 a mulher portuguesa tinha o seu primeiro filho aos 25,6 anos.

Os dados do Eurostat indicam ainda que cada mulher portuguesa tem 1,4 filhos (a média europeia é de 1,5), vive, em média, 81,4 anos e representa a maioria (60%) da população idosa do país.

Andreia C. Faria