“Os inimigos não podem forçar o povo iraniano a abandonar os seus direitos. A era da ameaça e da brutalidade acabou”, declarou o Presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, hoje, quinta-feira, referindo-se às recentes afirmações de diplomatas norte-americanos contra o programa nuclear iraniano.

Ahmadinejad acusou a Agência Internacional para a Energia Atómica (AIEA) de ser “injusta” por ter remetido o caso de Teerão para o Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas, que pode vir a sancionar o Irão.

Segundo o diário britânico “The Guardian”, o embaixador norte-americano na AIEA, Greg Schulte, apelou a que houvesse “inspecções especiais” às instalações iranianas por parte da agência. Isto significaria acesso por parte dos inspectores a todas as instalações de desenvolvimento nuclear.

Schulte acrescentou que “chegou o tempo para o Conselho de Segurança agir”. Não se espera que o CS tome medidas contra o Irão que vão além de repreensões diplomáticas, já que a Rússia e a China, países com assento permanente e direito de veto, têm fortes relações comerciais com o Irão.

O chefe da Segurança Nacional iraniano, Javad Vaeidi, afirmou ontem que “os EUA podem ter poder para causa danos e dor, mas também são susceptíveis de sofrer danos e dor”.

Vaeidi chegou a colocar a hipótese do seu país recorrer a boicotes às exportações de petróleo. Relembre-se que os EUA não importam directamente petróleo do Irão.

Tiago Dias
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