O Governo vai criar unidades de internamento continuado para os idosos, confirmou hoje, quinta-feira, fonte oficial do ministério da Saúde ao JPN. O objectivo da iniciativa é combater o abandono dos mais velhos nos hospitais.

O projecto deverá desenvolver-se segundo uma rede articulada e coordenada, com interacção das unidades de cuidados hospitalares, de apoio social e cuidados básicos.

Para já, está pensada a criação de quatro tipos de linhas de internamento: uma para os idosos em situação de convalescência (até 30 dias), outra para os casos de estadia média e de reabilitação (até três meses), outra para os cuidados de manutenção a idosos que sofrem de processos crónicos e, por último, uma unidade de cuidados paliativos para situações clínicas complexas, como o caso de idosos que sofrem de doenças progressivas ou em situação terminal.

No âmbito da iniciativa está também programada a criação de equipas hospitalares, que deverão reunir com outros serviços da rede para gerir as altas dos doentes que requerem uma supervisão médica continuada e apoiar os cuidados paliativos.

Serão ainda desenvolvidas equipas domiciliárias a que caberá a responsabilidade de prestar cuidados a idosos cuja situação não requer internamento.

Conclusão no fim do ano

O projecto vai entrar em fase de desenvolvimento no final de Abril, mas só em meados de Setembro será apresentado o modelo a que deverá obedecer. Para o final do mesmo mês está prevista a apresentação do projecto de implementação de experiências-piloto – uma forma de testar a eficácia do modelo. O Governo espera implementar a rede em Dezembro. Poucos dias depois será definido o Plano de Acção 2006-2008.

O projecto passa também pela criação de um decreto-lei para instituir a rede de cuidados integrados. A secretária de Estado adjunta da saúde afirmou, em declarações à TSF, que o Governo pretende tratar a situação com rigor. As “unidades terão de ser licenciadas e sujeitas a auditorias e a fiscalização”. “Não queremos depósitos de idosos, queremos prestar cuidados de saúde com qualidade”, disse.

Rita Pinheiro Braga
Foto: SXC