Berlusconi falou ao povo italiano e aos jornalistas após mais de 24 horas do fecho das urnas, adiantando que exige uma “recontagem dos votos”. Durante uma conferência de imprensa na sede do Governo, em Roma, Berlusconi afirmou que “ninguém pode dizer que ganhou”.

Segundo números oficiais do Ministério do Interior, o candidato da coligação centro-esquerda, Romano Prodi, conseguiu nomear para a Câmara dos Deputados, 341 lugares, contra 277 nomeados pela coligação de direita. Uma margem apertada, até porque em Itália a coligação vencedora, neste caso a União, obtém automaticamente 340 deputados.

Mais apertado ainda foi o número de nomeados para o Senado. A coligação encabeçada por Prodi elegeu 158 lugares, apenas mais dois do que a coligação de Berlusconi.

Depois de conhecer estes números, Berlusconi não quis reconhecer a sua derrota nas urnas e alertou para “irregularidades muito numerosas ocorridas durante a votação dos italianos a residir no estrangeiro”, votação que se revelou essencial para que Romano Prodi garantisse a sua vitória no Senado.

“É verdadeiramente possível que esta votação [no estrangeiro] não seja considerada válida”, vincou Silvio Berlusconi, no rescaldo da sua derrota a favor do centro-esquerda. “Não hesitaremos em reconhecer o resultado do escrutínio, a partir do momento em que haja uma clarificação jurídica definitiva”, acrescentou.

Romano Prodi permanece alheio às declarações de Berlusconi e já garantiu que vai formar um Governo “política e tecnicamente forte”.

Paula Teixeira
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