Os professores que, por motivos de saúde, foram dispensados de dar aulas ou transferidos para escolas mais perto da área de residência ou do local onde realizam tratamentos “deverão regressar de imediato às escolas a cujo quadro pertençam”.

A ordem é da Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) e foi enviada por e-mail às escolas na semana passada. Com as férias da Páscoa, muitos dos docentes deslocados por motivos de doença só ontem, no regresso às aulas, tiveram conhecimento da notícia.

Este aviso surge na sequência do despacho do secretário de Estado da Educação Valter Lemos, que não adianta justificações para o regresso dos professores às escolas de origem.

Ao JPN, Manuel Grilo, membro do secretariado nacional da FENPROF, afirmou não ter recebido formalmente “nenhuma justificação” do Ministério da Educação. O sindicalista está convicto de que “foi um erro burocrático da própria administração [da DREL], que autorizou aquilo que aparentemente não teria capacidade para autorizar”.

Recorde-se que as deslocações de professores, por motivo de doença, para outras escolas tinham sido autorizadas pelas respectivas Direcções Regionais de Educação (DRE). Com este recuo, Manuel Grilo considera que “a DREL resolveu emendar a mão, sacrificando os professores”.

De acordo com o dirigente da FENPROF, “há vários milhares de professores em situação de dispensa da componente lectiva por motivo de doença”. O sindicato não tem números de quantos destes docentes pediram mudança de escola, mas Manuel Grilo assegura que “de certeza foram algumas centenas”.

Andreia C. Faria
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