As noites da Queima das Fitas do Porto já são conhecidas por todo o país. Desde as bandas que animam os estudantes a partir das 22h00, quando abre o recinto, passando pelas barraquinhas de diferentes cursos e faculdades, até às pistas de carrinhos-de-choque, são muitas as distracções que a Queima das Fitas oferece.

Todos os anos a Federação Académica do Porto (FAP) monta no recinto da Queima um gabinete médico preparado para atender os estudantes vítimas de violência, com indisposições, mas sobretudo aqueles que exageraram nas bebidas. De facto, são principalmente os casos de embriaguez que levam os jovens a recorrer ao apoio médico da Queima.

Em média deram entrada no apoio médico, todas as noites, cerca de 70/80 pessoas. A noite de sábado foi a que registou maior afluência – ao todo foram 136 os jovens que procuraram a ajuda do pessoal médico. Terça-feira, dia do cortejo académico e do tradicional “arraial pimba”, foi o segundo dia de maior afluência – levados por amigos ou pelo próprio pé acorreram ao apoio médico 116 pessoas.

A coordenadora do apoio médico, Dânia Rodrigues, explica que a maioria dos que recorrem ao apoio médico “só se quer sentar um bocadinho e descansar”. “Não se registam muitos casos graves de coma alcoólico”, acrescenta.

O dispositivo médico instalado no recinto da Queima das Fitas melhorou em relação ao do ano passado. Este ano a FAP pode contar com a colaboração do próprio INEM, quando antes só estavam no gabinete médico um médico e um enfermeiro com formação do Instituto Nacional de Emergência Médica e voluntários.

Queima das FitasEste ano, estiveram no apoio médico dois enfermeiros formados, um médico, seis técnicos tripulantes de ambulância de emergência e duas ambulâncias do INEM e alguns voluntários (estudantes da Escola Sperior de Enfermagem do São João).

“Beber até cair”

“Cada vez vêm aqui gente mais nova, jovens de 17/18 anos, alguns não estão ainda no ensino superior mas frequentam a Queima e exageram muito nas bebidas”, comenta Dânia Rodrigues. “Sexta-feira e sábado foram os dias em que deram entrada mais estudantes muito novos. Talvez por ser fim-de-semana, eles aproveitam que não têm aulas no dia seguinte e vêm à Queima. A mentalidade é beber até cair e nota-se que alguns não estão habituados a beber tanto.”, acrescenta.

Este ano não deram entrada no apoio médico muitos casos de violência. Apenas cerca de três casos por dia, quase todos no final da noite, a partir das 5h00 da manhã. Outros casos frequentes são estudantes com dores que solicitam comprimidos ou casos de entorses feitas durante os concertos.

A Queima das Fitas 2006 acabou sábado, depois de oito noites de grande folia e diversão. Para trás os estudantes deixaram um recinto sujo e cheio de lixo, as recordações de mais uma Queima e a promessa de voltar no ano que vem.

Texto e fotos: Paula Teixeira