“A escrita é uma espécie de super-poder”, não é visão raio-X mas permite-nos “criar novos mundos”, afirmou José Luís Peixoto. O escritor galardoado com o Prémio Saramago em 2001, disse ao JPN que aceitou o convite para participar numa conversa informal no Teatro Campo Alegre, no Porto, porque sente que é preciso “transmitir o gosto pela leitura aos mais novos e demonstrar que os livros não são um objecto tão estranho, inacessível e distante como as vezes certos preconceitos levam a crer”.

O poeta confessou que estas conversas são uma forma de matar saudades dos tempos em que era professor. “Estas situações cumprem um pouco o que eu sonhava quando pensava em ser professor, porque esta é uma maneira de fingir que ainda estou a dar aulas”, disse. Peixoto afirmou que ficou com a sensação de que “tudo o que se possa dizer sobre livros nestas idades é sempre importante e pessoalmente é muito agradável”.

Apesar de os seus livros não serem pensados para as crianças, não é a primeira vez que José Luís Peixoto teve uma plateia jovem. “Trata-se de tentar dizer o mesmo que se diz às pessoas que normalmente lêem os meus livros. No entanto, tento utilizar referências que sejam mais familiares a estas idades”, afirmou.

José Luís PeixotoÀs crianças, José Luís Peixoto explicou que na escrita se pode “parar o tempo e desfrutar aquilo que passou demasiado depressa”. “Ler é uma actividade formadora, que nos permite estruturar o mundo e que nos ajuda a exprimirmo-nos melhor”, disse.

O autor de “Nenhum Olhar” está a ultimar o seu último livro, “Cair Através do Céu Dentro De Um Sonho”, que deverá sair no próximo mês.

Texto e foto: Tatiana Palhares