Alunos de escolas de ensino secundário público do distrito do Porto vão protestar hoje de manhã pelo fim das aulas de substituição, dos “numerus clausus” e dos exames nacionais, a introdução da disciplina de Educação Sexual e a redução de alunos por turma.

A acção de luta começa às 9h30 na Avenida dos Aliados e ruma depois à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), na Rua António Carneiro, onde será entregue um abaixo-assinado.

Luís Ribeiro, aluno na Escola Secundária Filipa de Vilhena e um dos organizadores do protesto, afirmou ao JPN que são esperadas centenas de alunos, já que cerca de uma dezena de escolas estão activamente envolvidas, do Porto à Póvoa de Varzim.

Para o estudante, as aulas de substituição nos moldes actuais só “servem para prender os alunos”. Apesar de na sua escola, o sistema estar a ser razoavelmente bem implementado, já que é feito um esforço para que as aulas sejam dadas por professores da mesma disciplina e sob a orientação do docente que teve que faltar, noutros estabelecimentos cabe muitas vezes aos contínuos simplesmente vigiar os estudantes. “A escola devia ter outro tipo de actividades”, defende Luís Ribeiro.

A implementação da Educação Sexual é uma bandeira mais antiga. O aluno lembra que a disciplina já foi aprovada pela Assembleia da República há vários anos e que podia substituir disciplinas como Área de Projecto e Formação Cívica, que “são interessantes mas que só existem para ocupar espaço”.

A redução do número de alunos por turma para um máximo de 20 para “rentabilizar” as aulas, o fim dos exames nacionais e a mudança no tipo de ensino, que consideram demasiado voltado para a memorização, são outras pretensões dos alunos.

Luís Ribeiro diz que é necessário “adaptar os programas à realidade”, argumentando que a quantidade de matéria (Matemática, por exemplo, tem três livros) é excessiva, factor que se reflecte nas notas dos exames nacionais.

Os alunos exigem também o fim das privatizações em serviços dentro das escolas, como papelaria e bar, que levam a um “aumento significativo” dos preços e melhores condições nas escolas. Luís Ribeiro aponta o exemplo da Escola Secundária do Cerco. “Chove lá dentro”, denuncia.

Pedro Rios
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Foto: Morguefile