De acordo com os estudos da Associção do Comércio Automóvel em Portugal (ACAP), a venda automóvel tem tido uma tendência decrescente nos últimos cinco anos, embora em 2004 e 2005 os valores tenham aumentado ligeiramente em relação a 2003, o ano menos rentável.

Em relação ao último ano, as vendas de ligeiros de passageiros aumentaram 1,5%, e as de comerciais 0,5%. Contudo, o valor das vendas em 2000 rondava os 400 mil carros, enquanto no ano passado esse valor situou-se em pouco mais de 270 mil.

Esta queda terá como causa a desaceleração do crescimento económico nos últimos anos, e o grande endividamento familiar. No entanto, há outros dois factores de realce: a maioria dos carros comprados são novos e a maior parte dos concessionários vendem-nos a pronto, embora o recurso ao financiamento bancário seja quase sempre uma solução viável. Atente-se também à hegemonia quase total dos ligeiros de passageiros.

Utilitários dominam

Os utilitários dominam o mercado, com uma quota de 78%, divididos em parcelas semelhantes pelos segmentos inferior e médio-inferior. Um grande contraste com os carros de luxo, comprados por apenas 0,4% da população.

A terceira maior parcela vai para o segmento médio-superior, surpreendendo em relação ao segmento económico, que ocupa apenas 3% do mercado. É caso para dizer que os portugueses preferem comprar barato, mas com qualidade suficiente.

Top de vendas

Quanto às 10 marcas mais vendidas, não será surpreendente ver a Renault no topo, em grande parte graças à aposta no modelo Clio, um dos mais vendidos. Uma marca de luxo, a alemã Audi, ocupa o último lugar do top, com uma diferença superior a 20 mil automóveis em relação à Renault.

Acima dos 20 mil automóveis vendidos, estão também a Opel e a Peugeot. Abaixo dos 10 mil, estão a BMW, a Seat e a já mencionada Audi. No entanto, é de realçar que as marcas de luxo inquiridas pelo JPN não manifestaram grandes queixas em relação ao número de veículos vendidos.

Texto e foto: Cristina Villas-Boas