A manutenção da fábrica de calçado Rohde em Santa Maria da Feira é uma possibilidade “em aberto”, anunciou esta sexta-feira o Ministério da Economia (ME).

“O Governo português foi hoje informado, através do administrador da filial portuguesa, que as negociações entre a administração da casa-mãe, os bancos alemães e empresas alemãs do sector do calçado, continuarão até ao próximo dia 3 de Abril”, indica o ME, em comunicado.

“Ao contrário do que havia sido admitido, não foi ontem anunciada a evolução possível do processo de insolvência da casa-mãe alemã [da Rhode] e seu impacto sobre a filial portuguesa”, diz a mesma nota.

“Está assim em aberto a possibilidade de manutenção da actividade da empresa em Portugal, num quadro de reestruturação do grupo”, prossegue o ME, que acrescenta que foi informado que “ao longo da próxima semana seriam regularizados os salários relativos ao mês de Fevereiro”.

O pedido de paragem de actividade foi endereçado aos empregados da empresa, pelo menos até 3 de Abril. A empresa conta pagar metade dos salários respeitantes ao mês de Fevereiro já na segunda feira, sendo o restante ressarcido posteriormente.

A presidente e coordenadora do Sindicato de Trabalhadores de Calçado de Aveiro e Coimbra, Fernanda Moreira, confirmou ao JPN que “as negociações ontem não foram concluídas e vão continuar até dia 3, em que será dada uma resposta definitiva”.

“Pelo que me têm transmitido, os trabalhadores estão tristes, ansiosos com esta situação, sem motivação para continuar a trabalhar”, descreveu a sindicalista.

As dívidas da empresa atingem o valor de 600 mil euros. Os trabalhadores terão sido aconselhados a suspender os contratos de trabalho, embora muitos continuem a crer que a situação vai resolver-se.

A Rohde é o maior posto de emprego de Santa Maria da Feira. Produz calçado há 30 anos naquela região. Alguns problemas têm surgido nos últimos anos, agravados pelo processo de insolvência da empresa-mãe na Alemanha, causado por dívidas consideráveis.

O presidente da Câmara de Santa Maria da Feira já anunciou aos trabalhadores que ainda pode haver uma solução, mantendo acesa a esperança de um desfecho positivo.