A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) exibe, até 7 de Abril, materiais no Mercado Ferreira Borges. Enquadrada no 13º Encontro da Sociedade Portuguesa de Materiais e na IV edição do Simpósio Internacional de Materiais, a exposição pretende chamar a atenção da sociedade para a importância dos materiais usados no quotidiano e atrair novos alunos para esta área.

Na exposição, intitulada “Os materiais e a cidade”, cerca de 40 empresas nacionais e internacionais “mostram à cidade algumas das coisas que estão ligadas aos materiais e que, normalmente, o cidadão comum não identifica como sendo uma coisa de grande importância na vida de cada um”, explica Fernando Jorge Monteiro, porta-voz da organização.

Objectos de cerâmica, alguns dispositivos ligados a motores e estruturas de avião, materiais para a aplicação no corpo humano, instrumentos musicais, material desportivo, equipamentos ligados à indústria automóvel e electrónica são alguns dos materiais expostos.

A mostra conta ainda com a participação das universidades de Aveiro, Coimbra e Lisboa – estabelecimentos que já têm tradição na área dos materiais há muitos anos. “Há um esforço no país muito grande para manter viva a ciência e a tecnologia na área dos materiais. Precisamos do apoio da população e que as pessoas olhem para isto como uma realidade que está à mão e não se pode desprezar”, sublinha Fernando Jorge Monteiro.

Área com futuro

A mostra de materiais destina-se ao público em geral, mas “atrair os estudantes” é uma prioridade, já que a procura de cursos de engenharia dos materiais é pequena, ainda que a colocação em termos de emprego seja bastante fácil. Sérgio Capita, aluno de engenharia metalúrgica de materiais, concorda: “há pouca divulgação dos materiais e dos cursos”.

“A área dos materiais não é identificada pelas pessoas com a importância que tem, quer em termos de tecido empresarial, quer de criação de emprego e de desenvolvimento, que o país necessita”, defende Fernando Jorge Monteiro.

“Tudo aquilo em que tocamos, que vestimos, os nossos carros, os nossos meios de transporte, as máquinas, tudo isso depende dos materiais, de uma selecção, de um desenvolvimento, de uma remodelação a nível dos materiais”, conclui o responsável.

“Os materiais são a base para podermos fazer qualquer coisa e poder mostrar às pessoas que temos muito potencial para dar e ajudar este país a andar para a frente”, diz Marques Silva. O estudante de engenharia mecânica identifica ainda a área dos materiais como “um ramo de futuro”.

No primeiro fim-de-semana a adesão foi elevada, mas “em época de férias a procura não é tão grande”, diz Fernando Jorge Monteiro.

Os visitantes ouvidos pelo JPN consideraram a exposição interessante. Perito da área aeroespacial, António Almeida confidenciou que gosta de “saber como é que se fazem as coisas”. “Acho importante para as pessoas terem conhecimento das coisas que raramente vêem”, revelou Fernando Cunha, enquanto observava equipamentos automóveis.