A conferência em que o presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, prestará declarações oficiais pela primeira vez desde a detenção dos soldados ingleses foi adiada para esta quarta-feira, aumentando a expectativa em torno do caso.

Terça-feira, o presidente iraniano insistiu na intenção de resolver os conflitos bilaterais de forma pacífica, fazendo uso da diplomacia. Para tal, Ahmadinejad reconhece que é necessário que Londres admita a entrada dos soldados em águas iranianas e que assegure que não haverá lugar a “novos erros no futuro”.

Apesar das aparentes boas intenções de parte a parte, o Irão violou o compromisso que assumira em não repetir a exposição na comunicação social de imagens dos prisioneiros. As cenas exibidas foram inéditas, já que os 15 “marines” apareceram trajados à civil e Faye Turney – o único elemento feminino – surge com a cabeça descoberta, o que nunca tinha acontecido.

Estados Unidos desencadeiam crise

Conforme foi divulgado pelo jornal inglês “The Independent”, a detenção dos 15 soldados surge como retaliação a um ensaio dos americanos do sequestro de dois oficiais de segurança iranianos, no decorrer de uma visita oficial ao Iraque a 11 de Janeiro.

Na ocasião, as autoridades norte-americanas lançaram uma rusga a um edifício de comunicações iraniano localizado na cidade de Arbil, no Curdistão iraquiano, tendo detido 5 oficiais iranianos. Porém, a intenção do ataque seria a de “capturar dois oficiais no centro do sistema de segurança iraniano”, de acordo com o que diz The Independent”.

Diplomata iraniano sequestrado já está em liberdade

Jalal Sharafi, o segundo secretário sequestrado no início de Fevereiro na capital iraquiana, foi, esta terça-feira, posto em liberdade, disse fonte próxima da Embaixada do Irão em Bagdad.

O rapto do diplomata iraniano aconteceu numa altura de grande tensão entre os Estados Unidos e o Irão, reforçada depois da detenção, a 11 de Janeiro, de cinco iranianos, pelas forças norte-americanas, acusados por Washington de ligações próximas a actividades que visam o Iraque e as forças da coligação.