O primeiro contacto com a Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, faz-se na recepção, onde os leitores podem pedir informações e adquirir o cartão do leitor. É este documento que permite usufruir do empréstimo domiciliário, dos meios informáticos e do serviço de fotocópias que a biblioteca disponibiliza.

“Um dia normalmente muito movimentado, com muita gente”. É assim que a bibliotecária Iria Teixeira caracteriza o quotidiano da Biblioteca Municipal. “As manhãs normalmente são muito mais calmas, vem um público diferente: estudantes e pessoas mais disponíveis, com mais idade, para ler o jornal. Da parte da tarde há um movimento um bocadinho maior. Continua a haver estudantes e já vem outro tipo de pessoas, que de manhã têm outras ocupações”, explica.

A disponibilidade de tempo e a proximidade da residência fazem de Paulo Carneiro uma presença diária na biblioteca. O agrónomo de 48 anos vem até à biblioteca para ler revistas, jornais e livros e para usar a Internet. “Ler livros, ver aqui no computador algumas coisas e ver o jornal” são também as razões de Joaquim Pinto, reformado.

Muitos dos leitores que frequentam a biblioteca são residentes no Porto (estudam ou trabalham na cidade) e “vêm muitas vezes na hora de almoço para aceder à internet”, diz Iria Teixeira. Desempregados nacionais e estrangeiros que não têm forma de aceder à Net também se juntam à lista das pessoas que frequentam a Almeida Garrett.

Num dos balcões de atendimento ao público, Eva Carvalho, técnica profissional de biblioteca, fala do que é mais fascinante no seu trabalho: “É sobretudo poder contribuir para nos tornarmos uma sociedade mais bem informada e através do conhecimento podermos avançar”.

A biblioteca tem várias secções em função das necessidades e interesses do público: infantil e juvenil, periódicos, leitura geral e, no piso inferior, a multimédia. “Cada vez mais a biblioteca não é só livros. Já tem outro tipo de suportes aos quais é importante que as pessoas acedam, porque também são uma forma de conhecimento”, explica a bibliotecária Iria Teixeira.

O perfil do leitor habitual

Por dia há uma média de 500 a 700 pessoas a frequentar a Biblioteca Almeida Garrett.
A maioria das pessoas procura livros. Mas muitas vêm para utilizar a internet, já que a biblioteca disponibiliza 40 computadores.

Todos os dias mais de 20 pessoas reformadas vêm ler o jornal. Estas pessoas já se conhecem e “já fazem da biblioteca um ponto de encontro”, refere Iria Teixeira.

Os estudantes universitários “estão mais despertos para a biblioteca, têm mais necessidade dela e porque é um espaço muito agradável para estudar”. A proximidade com a cantina da antiga reitoria faz com que alguns estudantes estejam de manhã na biblioteca e regressem depois do almoço. “Fazem um pouquinho da biblioteca a sua própria casa”, diz a bibliotecária.

Para além do público reformado e dos estudantes, há o leitor que vem com alguma frequência requisitar livros. Todos os dias registam-se perto de uma centena de livros.

Eventos e actividades para promover a leitura

A “Comunidade de Leitores” é uma actividade apoiada pelo Instituto Português do Livro e das bibliotecas, que consiste em convidar um escritor ou alguém da área da literatura para sugerir seis livros. Depois, durante três meses e com uma regularidade quinzenal, organiza-se um encontro para falar sobre os livros indicados.

Em curso está também o projecto “Para que os meus filhos gostem de ler”. Um oficina em que pais e filhos lêem em conjunto e que, por vezes, conta com a presença de um escritor. “Os miúdos são muito mais receptivos, se os pais incentivarem”, garante Iria Teixeira.

Esta segunda-feira, a propósito do Dia Mundial do Livro, cada funcionário deixa uma sugestão de leitura de alguma obra que tenha gostado ou que considere importante ler. Já que a biblioteca disponibiliza os recursos, mas há pessoas que não sabem como usá-los, começa, também esta segunda-feira, um curso de correio electrónico para as pessoas mais velhas.