A revista “The Economist” publicou, nesta quinta-feira, um estudo intitulado “Global Peace Index”. O documento determina os niveis de segurança em 121 nações no mundo, partindo de 24 indicadores. A autoria é do filantropo australiano Steve Killelea para o “The Economist Intelligence Unit”, centro de investigação associado à revista britânica.

No “ranking” do estudo, Portugal surge no nono lugar atrás de países como a Nova Zelândia, o Japão ou a Noruega, considerada a nação mais segura.

No caso português, os crimes participados às autoridades relacionam-se, em mais de 50%, com delitos punidos com penas menores. Predominam, entre outros, a ofensa à integridade física simples, a ameaça de coacção, os maus-tratos do cônjuge e a condução sobre o efeito de álcool.

A criminalidade mais grave representa 5,5% do total de participações. Deste valor, cerca de 80% diz respeito a roubos por esticão na via pública, considerado o crime com maior incidência em Portugal. Contam-se ainda 194 casos de homicídio voluntário consumado, 341 de violação, 673 de ofensas graves à integridade física e 556 que envolvem raptos, sequestros e tomada de reféns.

Os principais centros urbanos como Lisboa, Porto, Setúbal, Braga, Faro e Aveiro foram os locais de maior incidência da criminalidade, contabilizando cerca de 70% do número de casos mais graves.

O estudo revela um aumento no número de participações em 2006 relativamente ao ano anterior. Foram registados mais 7832 casos, um acréscimo de cerca de dois por cento.

Guerra arrasta EUA para a 96ª posição

O “Global Peace Index” conclui que a segurança encontra-se relacionada com o nível económico e de escolarização de cada país. A integração ao nível regional é outros dos factores que, segundo o estudo, contribui para a estabilidade e segurança. O documento constata que, em termos gerais, os países mais seguros apresentam baixos níveis de corrupção e governos com actuação transparente.

Embora os EUA se insiram em algumas destas conclusões, o envolvimento em conflitos externos a par dos elevados índices de detenção e casos de homicídio, empurram-no para a 96º lugar do “ranking”, atrás de países como o Iémen e Trindade e Tobago.

No próprio seio dos países que formam o G8 (grupo dos sete países mais industrializados do mund, mais a Rússia) verificam-se disparidades. Enquanto o Japão é o país que surge mais bem classificado, a Rússia queda-se pela 118.ª posição.