O Edifício Transparente abriu ao público na passada sexta-feira, mas a renovação do espaço ainda não está concluída. No dia de abertura, os operários e as empregadas de limpeza ainda ultimavam os preparativos de abertura de alguns espaços, mas aparentemente sem preocupações de maior.

Devido a alguma degradação no edifício continuam a decorrer trabalhos de recuperação de alguns espaços, como é o caso do passadiço entre o Parque da Cidade e o “Transparente”. Apenas algumas lojas foram abertas – a maioria mantém-se de portas fechadas, com equipamentos empacotados espalhados pela infra-estrutura. O edifício continua bastante desabitado e com muito trabalho pela frente.

Um edifício polémico

Esperam-se cerca de 1,5 milhões de visitantes no primeiro ano de vida do edifício

Seis anos depois, o Edifício Transparente, envolto em polémica desde que foi construído, prepara-se para ganhar vida. O espaço foi encomendado aquando da Porto 2001 – Capital da Cultura ao arquitecto catalão Solà-Morales. Posteriormente, foi reconvertido pelo arquitecto Carlos Prata.

Num investimento global de 15 milhões de euros, foram projectadas as infra-estruturas necessárias para 23 espaços de restauração, lazer e entretenimento.

O espaço acabou por ser concessionado, em Maio de 2003, à empresa Hottrade, o único concorrente a chegar à fase final do concurso público aberto pela sociedade Casa da Música. Entretanto, surgiram problemas com o contrato de concessão, com o licenciamento da câmara e com os terrenos onde o edifício está instalado.

Ultrapassados os primeiros, este último continua a ser discutido em tribunal. O espaço foi construído sobre uma parte de terrenos que não pertencia à autarquia, e, por isso, as imobiliárias proprietárias dessa parcela pedem uma indemnização, que em 2005 já ultrapassava os 100 milhões de euros.

Espaço de referência no lazer

Localizado na zona marítima da cidade do Porto, na fronteira com Matosinhos, só agora lhe foi atribuída uma função. Com a recuperação do Edifício Transparente, pretende-se criar um espaço que se possa afirmar como referência no que toca à oferta de lazer da cidade do Porto, mais propriamente na zona da Foz e do Parque da Cidade.

A obra irá gerar 500 novos postos de trabalho e, para o primeiro ano de actividade, são esperados cerca de 1,5 milhões de visitantes.

Exposições antes da inauguração oficial

O Edifício Transparente promove, durante este mês e meados do mês de Julho, três exposições no Arte ET. O projecto “Transparências”, da autoria de Carlos Caires, fruto de uma investigação da Universidade Católica, centra-se no cinema interactivo. Filmada no próprio Edifício Transparente, a curta-metragem possuía um dispositivo através do qual o público podia decidir qual o percurso da narrativa.

Ainda este mês, a exposição “História do Surf” estará patente no espaço, com a exibição de 24 painéis sobre a evolução da modalidade no mundo e, mais especificamente, em Portugal.

No Arte ET pretende-se apresentar exposições de arte contemporânea. No mesmo piso, foi criada uma sala de eventos, para iniciativas institucionais e empresariais.