Catarina Botelho, Pedro Neves Marques e Ivo Andrade vão expôr trabalhos artísticos na Casa de Serralves, no Porto, entre 16 de Novembro e 6 de Janeiro de 2008. Os jovens artistas foram distinguidos, terça-feira, com o prémio Prémio BES Revelação/Fundação Serralves 2007. Cada um receberá ainda uma bolsa de produção de 7.500 euros.

Este é um prémio “singular”, diz Ricardo Nicolau, adjunto do director do Museu de Serralves e membro do júri. “Não há um filtro, qualquer pessoa com menos de 30 anos pode concorrer”, nem um vencedor, mas antes uma selecção de projectos (quatro em edições anterior, três nesta) para desenvolver até à exposição em Serralves. “Uma espécie de estágio profissional”, em que “tudo pode acontecer”, refere.

Entre os 60 projectos a concurso, o júri valorizou aqueles cuja realização depende mais desta bolsa. A fotografia está presente nos três vencedores, mas Ricardo Nicolau não os considera fotógrafos. “Tenho algum pudor em chamar-lhes fotógrafos. São artistas que utilizam a fotografia, mas também que a confrontam”, explica.

Fotografia, vídeo e esculturas em batatas

As fotografias do projecto “Segunda pele” (na foto), de Catarina Botelho, de 25 anos, exploram a intimidade de familiares e amigos da artista lisboeta, que já participou em mostras colectivas em Córdova, Munique, Madrid e Barcelona. É um trabalho de grande “coerência artística”, descreve Ricardo Nicolau.

Já Pedro Neves Marques, 23 anos, propõe-se a filmar uma viagem de barco de norte a sul da costa portuguesa. A obra será o “vídeo resultante dessa viagem de muitas horas, com o mínimo de edição”. O artista “tem uma forte herança da arte conceptual e pós-conceptual dos anos 60 e 70”.

Ainda a terminar o curso de Artes Plásticas na Escola Superior de Artes e Design, nas Caldas da Rainha, Ivo Andrade, 23 anos, esculpe pequenos rostos em batatas, fotografados como se de um arquivo se tratasse. São esculturas condenadas a desaparecer, que se modificam à medida que se desenrola o apodrecimento da batata.