A menos de um mês para completar oito anos de publicação em Portugal e a quatro edições de atingir o número 100, a revista “Premiere” não chegará mais as bancas.

O motivo da descontinuação da “Premiere”, do grupo Hachette Filipacchi, é o “elevado custo do título, que não se coaduna com a sua rentabilidade”, afirmou, citado pela Lusa, o director e editor-chefe da revista, José Vieira Mendes.

O grupo Hachette Filipacchi pertencente agora à Lagardère Active Media vai deixar Portugal, e, consequentemente, as publicações da Premiere, Elle, Ragazza, Cozinha Dez e Casa Dez. Segundo o jornal “Briefing”, a Elle e a Ragazza vão ser adquiridas pela RBA.

Decisão “discutível”

José Vieira Mendes diz que a decisão é “discutível”, pois os custos de produção são relativamente baixos – a equipa é formada por dois jornalistas, um maquetista e cerca de 20 colaboradores. E ainda porque os números de vendas representam um nicho de mercado “muito apetecível e interessante para a realidade portuguesa”.

No seu último editorial, José Vieira Mendes lamenta o encerramento da revista e também não ter tido a oportunidade de preparar um número especial. “Recebemos a notícia quase em cima do fecho desta edição”, explica.

Segundo o director, a revista “fez uma verdadeira revolução no mercado de cinema, na relação com a distribuição e nas publicações e suplementos especializados”. A “Premiere” foi a primeira em Portugal a associar a venda da revista com DVD.

17 mil exemplares vendidos

Centrada no universo cinematográfico, a revista engloba críticas, comentários e curiosidades sobre os filmes que estreiam a cada mês e também um espaço reservado às questões do leitor.

Os últimos dados da Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (APCT) revelam que a circulação total da “Premiere” é de 18.180 exemplares e que as vendas atingiram os 16.913 exemplares.